Baruch Habah (Bem-Vindo)

Aqui o nome do Altíssimo é Adorado

O GRANDE E PODEROSÍSSIMO


YAHUH YAHUSHUA

Yahrushalaiym

Yahrushalaiym
Cidade Kadosh

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

INQUISIÇÃO

Introdução
A Inquisição foi criada na Idade Média (século XIII) e era dirigida pela Igreja Católica Romana. Ela era composta por tribunais que julgavam todos aqueles considerados uma ameaça às doutrinas (conjunto de leis) desta instituição. Todos os suspeitos eram perseguidos e julgados, e aqueles que eram condenados, cumpriam as penas que podiam variar desde prisão temporária ou perpétua até a morte na fogueira, onde os condenados eram queimados vivos em plena praça pública.
História e atuação
Aos perseguidos, não lhes era dado o direito de saberem quem os denunciara, mas em contrapartida, estes podiam dizer os nomes de todos seus inimigos para averiguação deste tribunal medieval. Com o passar do tempo, esta forma de julgamento foi ganhando cada vez mais força e tomando conta de países europeus como: Portugal, França, Itália e Espanha. Contudo, na Inglaterra, não houve o firmamento destes tribunais.
O cientista italiano Galileu Galilei: vítima das perseguições inquisitorias
Muitos cientistas também foram perseguidos, censurados e até condenados por defenderem idéias contrárias à doutrina cristã. Um dos casos mais conhecidos foi do astrônomo italiano Galileu Galilei, que escapou por pouco da fogueira por afirmar que o planeta Terra girava ao redor do Sol (heliocentrismo). A mesma sorte não teve o cientista italiano Giordano Bruno que foi julgado e condenado a morte pelo tribunal.
As mulheres também sofreram nesta época e foram alvos constantes. Os inquisidores consideravam bruxaria todas as práticas que envolviam a cura através de chás ou remédios feitos de ervas ou outras substâncias. As "bruxas medievais" que nada mais eram do que conhecedoras do poder de cura das plantas também receberam um tratamento violento e cruel.
Este movimento se tornava cada vez mais poderoso, e este fato, atraía os interesses políticos. Durante o século XV, o rei e a rainha da Espanha se aproveitaram desta força para perseguirem os nobres e principalmente os judeus. No primeiro caso, eles reduziram o poder da nobreza, já no segundo, eles se aproveitaram deste poder para torturar e matar os judeus, tomando-lhes seus bens.
Durante a esta triste época da história, milhares de pessoas foram torturadas ou queimadas vivas por acusações que, muitas vezes, eram injustas e infundadas. Com um poder cada vez maior nas mãos, o Grande Inquisidor chegou a desafiar reis, nobres, burgueses e outras importantes personalidades da sociedade da época. Por fim, esta perseguição aos hereges e protestantes foi finalizada somente no início do século XIX.
Inquisição no Brasil
No Brasil, os tribunais chegaram a ser instalados no período colonial, porém não apresentaram muita força como na Europa. Foram julgados, principalmente no Nordeste, alguns casos de heresias relacionadas ao comportamento dos brasileiros, além de perseguir alguns judeus que aqui moravam.
Curiosidade:
- Um dos inquisidores que mais castigou hereges no século XV foi o espanhol Tomás de Torquemada. Ele ficou conhecido como o "Grande Inquisidor" e atuou na perseguição e punição de muçulmanos e judeus convertidos que moravam na Espanha.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Judeus Cearenses

Os Cristãos Novos no Ceará
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GENEALOGIA CEARENSE - SELECIONAR LINKFamília Barros LealFamília Castro AlvesFamília HolandaFamília Gurgel do AmaralFamília Moreira de AzevedoFamília Lopes, de SobralColonização Portuguesa no Ceará 1700-1800Criaz - PortugalLinksMapa do Site
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Os Cristãos Novos na Formação da Família Cearense
Constituímos uma individualidade racial com características bem definidas com traços físicos, índole, reações psicológicas, costumes e impressão geral apresentando uma média razoável de biotipos, com qualidades comuns e mais ou menos semelhantes. No entanto, isto que assim se apresenta, teve sua base assentada em dois elementos raciais e religiosos de características dispares: não me refiro ao preto e ao índio, mas a dois povos separados por opostas tradições e mais de 1.000 anos de individualizacão: o cristão e o judeu.

O Povo tremendamente endogâmico, o hebreu, conservou seus traços, sua mentalidade, seus hábitos milenares, integralmente, pouco sofrendo, no conjunto, com as constantes mudanças de domicílio e pátrias através das perseguições que sempre o acompanharam. Odiados em todos os lugares onde estagiavam, expulsos incessantemente de qualquer pouso onde provisoriamente se estabelecessem para uma passageira moradia, é de admirar a perseverança com que sempre resistiram aos mais indizíveis sofrimentos. Partindo de um tugúrio a outro, sempre, onde paravam para tornar um pouco de ânimo, mantendo o mesmo espírito de constância, de persistência na crença ancestral, no espírito das gerações nunca esquecidas de seus profetas, guardando suas tradições, seus hábitos inveterados, seu folklore. A par disso, a imutabilidade antropológica, num conservantismo somático raro em qualquer outro povo ou raça. Pouco difere hoje um judeu puro, autêntico, que não tenha sofrido em sua gênese a influência de outra raça (e isto encontramos com frequência), de um outro de sua grei do século XV ou do XVI.
No presente trabalho pretendo mostrar a grande influência do elemento marrano na formação da família cearense. Foi substancial. E não era para esperar o contrário. Portugal foi conhecido em épocas pretéritas como a pátria mesma dos judeus. Fugidos da Espanha, encontraram abrigo na proteção de D. Manuel. Foram legião. Elevaram para um terço a proporção que já era de 1/5 entre cristãos e judeus. Numa populacão de 1.000.000, eram 300.000 e tornaram-se 550.000, em 1.350.000. Chegada a hora da perseguição, entre outras opções, viram o Brasil em princípio de colonização. Lançaram-se ao desconhecido com o ânimo de desbravadores e logo viram surgir as possibilidades de fácil enriquecimento que o seu crisotropismo antevia. Trouxeram a técnica da indústria do açúcar e pouco depois estavam dominando o mercado da Bahia e de Pernambuco. Ricos, passaram a monopolizar o mercado pelas facilidades que encontravam na colocação internacional de seu produto através da confraria dos judeus banqueiros da Holanda, Itália e França. Veio a Inquisição em Olinda, afugentou muitos, prendeu alguns. A invasão holandesa trouxe-lhes a liberdade de culto. Abriram a Sinagoga Zur Israel, descamuflaram-se, voltaram a usar os seus nomes hebraicos, opulentaram-se novamente, mas foi breve a ilusão. De Pernambuco, aqueles menos enraizados sairam para as Antílhas a fundar cidades, colonizar Martinica, fazer nascer a futura Nova York. Outros, retornaram à Holanda com todos os seus cabedais. Mas, muitos ainda ficaram, voltando novamente às práticas de um cripto judaismo ao qual já se tinham desabituado. Aparecem em 1711 no Recife, lutando pela autonomia da Vila em contraposição a Olinda com seus nobres.
Começa o desbravamento dos sertões vizinhos. Adaptam-se às novas condições de vida. Vão alí tanto em procura de novas riquezas como para encontrar melhor refúgio para melhor professarem sua religião. É estranhavel esse adentramento de um povo, que na afirmação de um anônimo do século XVII “não cavam vinhas, não semeiam os campos, nem na força da calma do estio regam e recolhem os pães e mais novidades” — (Cod. 1506, Papéis da Inquisicão).
São encontrados nos Engenhos da Paraíba em 1729. São dezenas de famílias que praticam acintosamente o judaismo. Teve muito trabalho com eles o Familiar do Santo Ofício Antônio Borges da Fonsêca, pai do genealogista e governador do Ceará, Antônio José Vitoriano Borges da Fonsêca. Surpreendendo em pleno campo paraibano um forte e amalgamado grupo de criptojudeus não perdeu tempo em prendê-los e encaminhá-los a Lisboa. Poucos voltaram; dois, pelo menos, sabemos, alimentaram as fogueiras inquisitoriais e muitos morreram nos seus cárceres ou ficaram esmolando na capital do Reino. Os que conseguiram escapar da prisão mais e mais enterraram-se nos sertões da própria Paraíba e do Ceará. Estes, disfarçadamente, conseguiram uma grande infiltração no nosso Estado, sobretudo nos lugares do litoral mais próprios a cultura da cana de açucar. Ficaram em tôrno das atuais cidades de Cascavel, Aracati, etc.
Este fato ficou, até hoje na lembrança do povo, nas tradições de muitas famílias. Descendem muitas famílias cearenses desses cristãos novos. Esta recordacão duas vezes centenária foi, há pouco mais de 30 anos passados, revivida por um conhecido comerciante cearense que estava desejoso de mandar seus filhos estudar na Alemanha de Hitler. Sabedor das perseguições que estavam sofrendo os judeus naquela nação, previdentemente achou por bem mandar fazer umas indagações genealógicas acerca de suas origens. Ouvira dizer, quando criança, que entre os seus avós, alguns professaram a fé de Moisés. Certos sobrenomes eram suspeitos e seria grande temeridade enviar assim mais vítimas para “a boca do lobo”. Procurou parentes mais idosos e, especialmente, conhecida senhora, hoje nonagenária, profunda conhecedora des raízes das famílias do Ceará. Muito sensatamente, lembrou ela as dificuldades que tinha para dar uma confirmação documentada, mas, pelo que ouvira dizer por seu pai e avô, pessoas que viveram no século passado e que tiveram certa curiosidade por estes estudos, tudo levava a crer que a desconfiada heranca poderia ser facilmente comprovada em certos livros guardados no Arcebispado. Talvez ela estivesse enganada, porquanto, em tais livros não caberia qualquer insinuação de tal labeu.
Consultei e copiei quase todos as livros guardados na Cúria de Fortaleza e hoje já posso afirmar, que em parte, aquela senhora tem razão. Pode-se, com métodos científicos de estudo e interpretação, verificar “quem é quem” pelos registros paroquiais.
São bem conhecidos os livros das Denunciações e das Confissões da Bahia e de Pernambuco, divulgados por Capistrano de Abreu, Rodolfo Garcia, Paulo Prado e outros. Estes, se referem aos trabalhos do Visitador Heitor Furtado de Mendonça durante os anos de 1591 a 1595. Ultimamente, José Gonsalves de Mello Neto publicou mais um volume de Confissões de Pernambuco que permanecia inédito. Em 1612 volta o Santo Ofício ao Brasil e o resultado desta Visitação foi publicado nos Anais da Biblioteca Nacional, tendo como Visitador, o bispo Marcos Teixeira. Nestas duas visitações, grande parte do Brasil, da Paraíba para o Sul foi visitada. Sabe-se agora, que o Norte não escapou das inquirições do Santo Ofício. Foi divulgado recentemente pelo Prof. José Roberto do Amaral Lapa, de S. Paulo, o “Livro da Visitação” dos Estados do Grão Pará, Maranhão, Rio Negro, Piauí e terras adjacentes”. Esta, em 1763, fato até agora inteiramente desconhecido dos historiadores. Foram ouvidos 353 brancos, 55 indios, 42 negros escravos, 17 mamelucos, 6 cafusos e 12 mulatos.
O Ceará, certamente por sua pequena população, pobreza de recursos e desinteresse mesmo dos inquisidores, foi deixado à margem.
Contribuiu este esquecimento das terras cearenses pela Inquisição, para incrementar as transferências disfarçadas de numerosas famílias cripto judaicas da Paraíba e Pernambuco para nossa terra. Esta migracão está bem documentada nos livros de registros paroquiais. Aí aparecem todos aqueles apelidos comuns aos judeus da região. São numerosos os Fonsêcas, Henriques, Rêgos, Pinto, Nunes, Mesquita, Rosa, Antunes etc., sobrenomes tipicamente do povo da raça proscrita. O primeiro desses grupos familiares, os Fonsêcas, foi o mais numeroso. Residiam na Paraíba em engenhos de açúcar próximos a atual capital. Possuíam recursos e eram muito aparentados com outros grupos marranos. Foi o que mais sofreu com a Inquisição.
Em base nos documentos já divulgados desde a século passado por Varnhagen, e ultimamente retomados por muitos pesquisadores patrícios, e também estrangeiros, sabe-se que desde 1729 começaram a sofrer os vexames da perseguição do Santo Ofício. Não é de estranhar que tenham sido os primeiros a procurar abrigos noutras terras. Alguns, puderam assim proceder; outros, foram agarrados antes de poder tomar qualquer atitude ou recorrer a abrigo seguro nas casas de parentes tidos por cristãos velhos.
Através dos registros de casamentos e batizados pude identificar a vinda para Aquiráz, de uma filha do casal mais inexoravelmente atormentado pelos “familiares” inquisitoriais. Charmava-se Josefa Maria dos Reis. Nome disfarçado de uma Fonsêca Rêgo, cristã nova pelos 4 costados. Era filha de Manuel Henriques Fonsêca e de Joana Rêgo. Vale a pena contar a história deste casal. No “Auto de Fé” de 17 de junho de 1731, em Lisboa, aparece o pai de Josefa qualificando-se como cristão novo, de 53 anos de idade, lavrador de canas, natural do Engenho Inhobim e morador no Riacho do Meio, distrito da cidade da Paraíba, no Bispado de Pernambuco. (Rev. Inst. Hist. Bras. Tomo 7 (1845)). Foi comprovada a sua culpa; judaizava. Foi condenado a cárcere e hábito perpétuo. E também perda de todos os seus bens. (Os marranos brasileiros, Isaac Izeckson, 195). É provavel que jamais tenha voltado ao Brasil. Sua mulher, Joana do Rêgo o acompanhou no infortúnio. Presa na Paraíba, foi levada para Lisboa, figurando no mesmo Auto de Fé. Também natural da Paraiba, jamais voltou a sua terra. Hábito e cárcere perpétuo. Este hábito significava que pelo resto da vida teria que usar um “sambenito”, isto é, uma espécie de avental amarelo com a estrela de David na frente. O aparecimento em público de uma pessoa com este vestuário era motivo pare escárnio e manifestações de insultos e, às vezes de violência por parte da multidão enfurecida, sobretudo, após uma simples manifestação das forças da natureza, como tufões, sismos, etc. A eles era atribuída a fúria divina.
Pois, deste casal, era filha Josefa, que casou em Aquiráz a 22 de novembro de 1735. Ofereceu ao Padre ou sacristão que documentou o sacramento, a sua filiação e naturalidade. Devia estar muito segura de sí. Segurança que poderia ser motivada por sua total adesão a Fé católica ou por gozar de proteção especial de parentes influentes na nova terra de sua adoção. Os pais são dados como já falecidos. O noivo Antônio de Freitas Coutinho, natural de Sergipe d’El Rey, é fllho de Pedro de Freitas Faleiro e Margarida de Brito Coutinho. Este último apelido é tipicamente judeu. E os Fonsêca Rêgo tinham já outras ligações com esta família de cristãos novos. Os padrinhos foram o Tenente Cel. José Correia Peralta e o Sarg.-mor Manuel de Brito. Presumo ser este o protetor de Josefa. Os Britos do Ceará eram cristãos novos. Em documentos antigos eles são taxados de mouros, mas, isto é apenas uma incompreensão muito corrente na época, em que não se distinguia o árabe do judeu; ambos eram inimigos da fé. O primeiro aparecimento do nome de Josefa em documento eclesiástico foi em Aquiráz, a 20 de julho de 1734, quando ela foi madrinha de um escravo de Manuel de Brito. O casal não teve filhos; apenas adotou uma criança chamada Joaquim, que teve por padrinho Luis Ribeiro Monção. Antônio de Freitas Coutinho teve vida ativa, sobretudo após 1746 quando passou a figurar na lista dos ocupantes de cargos públicos: alcaide, carcereiro e, mais demoradamente, “tesoureiro do cofre dos órfãos”. Nesta função, sucedeu ao protetor Manuel de Brito. Num certo período ele desaparece da cena pública. Coincide isto, com a nomeação para governador do Ceará de Francisco da Costa. Costa era sobrinho de Antônio Borges da Fonsêca, familiar do Santo Ofício que teve grande atuacão na Paraíba na repressão ao surto de judaismo alí ocorrido no segundo decênio do século XVIII. Foi este “familiar”, que verificou e ordenou as prisões dos hereges. A queixa está bem explícita nas declarações de Antônio da Fonsêca Rêgo.
Na Revista de História n. 98, pág. 359, em documentado trabalho de Anita Novinsky, podemos verificar que Antônio tinha na época de sua prisão, na Paraíba, 47 anos, isto é em 22 de novembro de 1729. Era lavrador de canas, não possuia bens de raíz, mas arrendava terras a Baltazar da Rocha e a João Peixoto. No inventário feito na ocasião, declarou possuir diversos bens móveis, animais, escravos, jóias etc. Lamenta-se também da violência cometida pelos policials que a mando de Antônio Borges da Fonsêca o prenderam. Quebraram toda a louça de barro de seu uso. Tinha credores diversos e um deles, Francisco Barbosa de Menezes, talvez fosse o deste mesmo nome residente na época, em Aracati, e tronco da família Bezerra de Menezes naquela região. Entre as seus sobrinhos citados, está o nome de Miguel Henriques, que faz lembrar a seu homônimo. Miguel Henriques Fonsêca que teve, em Portugal, em 1682, um trágico fim: foi queimado vivo, “ouvindo o crepitar das próprias carnes e os uivos do populacho que o apedrejava” (Lucio de Azevedo, História dos cristãos novos portugueses, 323). Miguel, que era advogado, não abjurou de sua fé tradicional e arraigada. Antes de ir para a fogueira, entregou ao juiz uma declaração afirmando que voltaria, daí por diante, a assinar o seu nome na maneira hebráica original, isto é: Misael Hisneque de Fungoça. Aí a origem do apelido dessa família.
Voltando ao casal pai de Josefa. Tiveram outros filhos. Três deles, pelo menos, tiveram contas a ajustar com a lnquisição: José da Fonsêca Rêgo, Dionísia da Fonsêca e Izabel da Fonsêca Rêgo.
Estes 3 irmãos de Josefa estavam presentes no Auto de Fé de Lisboa realizado a 6 de julho de 1732. Certamente, a prisão havia ocorrido 2 ou 3 anos antes, motivada por denúncias dos próprios pais e de mais uma outra testemunha. Era condição exigida pelos inquisidores: duas testemunhas, duas denúncias. José, tinha 31 anos, era solteiro e já vivia muito dentro do sertão, nas Piranhas, próximo às lindes com o Ceará. Izabel, de 26 anos, já era viúva de Antônio Nunes e Dionísia, a mais convicta na religião de Moisés, tinha apenas 24. Muitos outros parentes estavam também em Lisboa, presos e passando pelas maiores agruras, na incerteza de seus destinos. Neste Auto, somaram 17, todos da cidade da Paraíba. José morreu no cárcere e suas duas irmãs foram condenadas a cárcere e hábito perpétuo, tal como seus pais. Dionísia foi renitente. Mesmo nas garras do Santo Ofício, continuou a judaizar, voltando ao banco de réus no auto de Fé de 18 de outubro de 1739 e mais uma vez condenada a prisão perpétua e sambenito. E extranhavel ter escapado da fogueira num Auto onde foi condenado a esta pena, por renitência um seu contraparente, o célebre Antônio José da Silva, filho de Lourença Coutinho.
Em que consistiam estes delitos tão graves que levavam estes infelizes a sacrificarem suas vidas, tendo uma morte infame e, muito pior ainda, muitas vezes, aqueles que não eram queimados e deveriam suportar pelo resto da existência as masmorras infectas, os trabalhos forçados, o degrêdo para terras inóspitas? Unicamente a fato de judaizarem; isto é, de, no recôndito de seus lares, praticarem cerimônias rituais milenares, jejuando nos grandes dias, deixando de trabalhar aos sábados, ou, algumas vezes, por um descuido, fazendo transparecer opiniões pessoais a respeito do conceito em que tinham os sacramentos ou atos da Religião oficial. Ainda hoje perduram, sem que ninguém se aperceba disto, no nosso dia a dia, hábitos e costumes que no passado eram vedados aos católicos. Por exemplo, o resguardo de 40 dias é prática tipicamente israelita: certos cuidados com os cadáveres antes do sepultamento, a troca de roupas limpas nos sábados, a uso da lamparina, tão comum no interior. Muito esmiuçado pelos inquisitores eram os hábitos alimentares. A maneira de tratar a carne e a escolha desta ainda perduram em muitas famílias. É claro, que atualmente estas pessoas são incapazes de explicar esta ou aquela preferência por determinado peixe ou por particular tratamento que recebem os alimentos em suas cozinhas. Nos séculos das perseguições, sabiam. Sabiam, mas, diante dos inquisidores faziam-se de inocentes. É muito divulgado nos livros que tratam do assunto, as confissões das filhas de Branca Dias, em Olinda. Diogo Fernandes e Branca fundaram uma Sinagoga em Camaragibe e lá reuniam frequentemente os criptojudeus da região. Muitos cearenses descendem deste casal, sobretudo, comprovadamente, os provenientes de Agostinho de Holanda, um dos filhos do fundador da família, Arnau de Holanda. Agostinho era casado com uma neta de Branca Dias, Maria de Paiva. Apesar de toda a prosápia da família naqueles recuados tempos, este sobrinho neto do Papa Adriano VI foi chamado para dar explicações de certos hábitos alimentares de sua mulher que ali já procurara se justificar alegando idiossincrasias, repugnancias e males do estômago. Milhares de atuais cearenses são 8º, 9º e 10º netos de Maria de Paiva, que pelo exposto devia estar muito impregnada da fé de seus avós, judeus convictos, renitentes escapos da fogueira pela extemporaneidade da visita de Heitor Furtado de Mendonça. Pelas monitorias da Inquisição, nestes casos de pertinácia e de resistência por parte dos cristãos novos de praticarem a fé católica, os descendentes destes casais, até a 10ª geração, eram execrados, vilipendiados e sujeitos a outros vexames. Pombal se encarregou de cortar este cordão umbilical.
Voltando ao casal de Aquiráz, Antônio de Freitas Coutinho e Josefa Maria dos Reis. Josefa, unicamente naquele batizado de um escravo de seu protetor teve seu nome anotado nos livros paroquiais. Antônio aparece uma única vez, também, testemunhando um casamento. Na capela do Forte, em 5 de agosto de 1761 presenciou o enlace de um filho de Paschoal Nunes Pereira. É bem estranhavel esta ausência aos atos religiosos de apadrinhamento, sobretudo num casal de bastante projeção no incipiente meio social, onde ele por diversas vezes ocupou cargos por eleição de seus coetâneos.
Antônio faleceu pouco depois desta última data, pois, sua viúva, a 9 de julho de 1764 casava segunda vez com o recém viúvo Jacinto Coelho Frazão. Josefa teria cerca de 50 anos e Jacinto mais do que isto e fôra casado com Maria Lopes Leitão, irmã de Francisco de Brito Pereira. Lopes, Brito e Pereira são nomes usuais entre os “da nação”.
Judaizaram também no Ceará? Não podemos afirmar. Algum dia pode ser, tal como aconteceu agora no Pará, o “Livro” do Ceará aparecerá, se é que a Inquisição tenha andado por aqui, o que é pouco provável. E aí conheceremos os seus nomes e as suas convicções religiosas. Por ora, resta-nos levar nossas conjecturas até aquela Casa Grande nas proximidades de Baturité e chegar até o copiar, onde uma senhora de idade revive a sua triste mocidade na Paraíba. Em suas lembranças e em seus sonhos estarão presentes as cenas cruciantes da prisão de seus pais e irmãos e as noticias inseguras, por algum correligionário, dos Autos de Fé em Lisboa.
Os confitentes e denunciantes que compareciam à mesa inquisitorial eram obrigados a assinar um papel obrigando-se a jamais revelar o que se passasse durante os interrogatórios. Apenas o que se tornava público eram as procissões para a Praça onde deveria ocorrer a publicação das sentenças e o cumprimento da pena, nas fogueiras previamente preparadas.
Nessas ocasiões apenas era dado encontrarem-se aqueles que durante anos permaneciam nas masmorras vigiados dia e noite. Muitas vezes para um último olhar, uma despedida cruel. Nestas circunstâncias estiveram parentes próximos de Josefa: Antônio da Fonsêca Rêgo e Maria Valença, ambos queimados em praça pública. Seus pais, uma vez, juntamente com os 3 filhos, para receberem a sentença de cárcere perpétuo. O casal de velhos e o filho homem, suportaram pouco tempo; morreram na prisão. Dionísia voltou a um 2º Auto, por relapsia.
Tudo leva a crer que Josefa tinha certa inclinacão pela observância da Lei mosáica. O seu 2º marido, um Frazão, teve ascendentes inteiramente integrados no judaismo durante a ocupação holandesa. Um deles, Samuel Frazão chegou a ser eleito Rabino da sinagoga mauricia.
Mais difícil se torna hoje em dia a identificacão destas pessoas, em vista da Carta Régia de 25 de maio de 1773, quando se mandou proceder uma devassa em todos os livros das Misericórdias, Irmandades, Companhias e Corporações, limpando-os de quaisquer notas maliciosas que fizessem distinguir cristãos velhos e novos. A lei era dura e foi cumprida, fazendo desaparecer para sempre as preciosas informações que nos possibilitariam uma identificação correta e segura dos marranos. Resta-nos, através de antigos genealogistas, e com o seguimento ordenado, metódico e paciente, acompanhar o desenrolar das múltiplas gerações. O trabalho é penoso, estafante, enfadonho, mas, compensa, pela alegria de um achado interessante, pelo levantamento de uma cortina que esconde um passado fascinante.
Por Vinícius Barros Leal, médico e historiador. Publicado na Revista do Instituto do Ceará - ANNO LXXXIX - 1975
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Cearenses descendentes da Branca Dias (verdadeira história)
Foi levada ao teatro e a televisão uma peça de Dias Gomes, em forma de novela, explorando um tema interessante, o suposto inquierito inquisitorial de uma portuguesa residente no Brasil nos tempos coloniais. Esta história, vista no seu aspecto lendário, já foi aproveitada por diversos autores brasileiros, geralmente intelectuais paraibanos e pernambucanos, todos eles, como ocorre no caso mais recente, extrapolando elementos e fatos históricos, reais, cerca de duzentos anos além da data em que efetivamente ocorreram.
Em “Branca Dias dos Apipucos” Pereira de Melo coloca-a na trama da Guerra dos Mascates, em 1710. Em “Céu dos trópicos”, Olavo Dantas conta outra versão da desdita da marrana rica e possuidora de tal quantidade de jóias e pratarias que ao ser perseguida, jogou toda a imensa fortuna em um açude das cercanias do Recife. Acrescentou depois Flávio Guerra a esta história, que as “águas do rio ficaram tão claras e límpidas como o metal que tragara”. Transformou-se em riacho da Prata o “Lago 2 irmãos”. J. J. de Abreu no “Livro de Branca Dias”, lançado na Paraíba, em 1905, fornece dados pessoais da heroína de sua novela afirmando até a data de seu nascimento, em 1734, na capital de seu estado, filha de Simão Dias e Maria Alves Dias. À fantasia do autor ajunta supostos pronunciamentos de Branca e uma sentença do Santo Ofício quando, na realidade, aquele tribunal malfadado já se encontava praticamente desativado. Acresce que Pombal já tinha, há dois anos, expulsado os jesuítas de seu Reino quando aparece o inaciano entregando a vítima ao desumano verdugo.
Mais tarde, em 1922, Carlos Dias Fernandes publica “O algoz de Branca Dias” dando-a como de excepcional beleza delatada ao Santo Ofício pelo despeito de um franciscano repudiado pela judia.
Todos terminam suas novelas, dramas e romances com Branca ardendo na fogueira lisboeta da Inquisição.
Ainda outro paraibano, Ademar Vidal, volta, anos mais tarde a abordar romanescamente o caso, oferecendo até a data do horrendo suplício: 20 de março de 1761, na rua do Limoeiro, na capital lusitana.
A história, porém, é outra. A revelação dos documentos da atuação do Santo Ofício no Brasil foi feita graças ao grande empenho de Capistrano de Abreu, que com sua extraordinária pertinácia conseguiu mandar copiar e divulgar grande parte dos códices pertinentes guardados na Torre do Tombo.
Através desses importantes documentos ficamos conhecedores da realidade, afastando completamente a lenda e o folclore a respeito de Branca Dias.
Ela existiu de fato e foi progenitora de muitos cearenses de hoje. Quando o Visitador Heitor Furtado de Mendonça chegou em Olinda em 1553, já, de muito, eram brancos os ossos da principal figura da novelesca história. Casada que fora com Jorge Fernandes, morava o casal em um engenho de açúcar, próximo de Olinda, onde, às escondidas, praticavam “judiarias”, isto é, comemoravam as datas sagradas da religião proscrita, reuniam-se num arremedo de sinagoga e faziam certo proselitismo. A família era grande, composta de oito filhas e dois filhos. As moças, algumas casaram bem, com cristãos velhos, apesar do estigma que conservavam de seu marranismo milenar.
Inês, a mais velha, foi casada com Baltazar Leitão Cabral, de família ilustre, irmão de Bispo.
Nas denunciações feitas após a publicação do édito e o prazo de 30 dias “da graça” em qualquer um dos habitantes da Nova Lusitânia poderia, sem maiores riscos acusar, delatar, denegrir a honra e a consideração alheia, muitos apareceram alí para contar ao Visitador fatos por eles testemunhados ou conhecidos. Algumas das incriminações feitas a Branca Dias haviam ocorrido há 34 ou mais anos. Joana Fernandes revelou que, com outras meninas, naqueles tempos distantes, frequentara a casa da judia, uma espécie de escola de artesanato, onde aprendiam a “coser e lavrar”. Ela e as pequenas companheiras espreitavam as atividades da casa, por trás das cortinas, por certo, em suas famílias suspeitada da prática da religião mosaica. Nessa ação tinham reparado que “guardavam o sábado” e que nesses dias vestiam roupas limpas, o que não faziam durante a semana. Nas 6as feiras havia um afã descomum das negras escravas limpando candeias, lavando louça e o jantar saia mais cedo. Descobriram até a existência de uma “toura”, prova cabal da prática do judaísmo. Este objeto tão revelador, em forma de rolo, contendo o Pentatêuco, leitura obrigatória dos daquela grei. Quando Joana falou ao Visitador nos hábitos alimentares da família, tocou no ponto básico das suspeitas. Os inquisidores nada mais necessitavam para a confirmação do prejulgamento. Eram judeus, continuavam assim, apesar de batizados, aparentemente contritos, externamente católicos romanos, mas que agora abjuravam também a nova e verdadeira Fé, observando, às escondidas os ritos desterrados. Mereciam o castigo mais violento como era de praxe a Inquisição proceder na correção desses hereges. Mas, quanto a Branca Dias, tornava-se difícil a refrega, porquanto ela e o marido já eram defuntos há muitos anos. Ele, revelara a viúva de Duarte Coelho, afastara o crucifixo que na hora da morte aquela senhora cristamente lhe achegara.
O Santo Ofício tinha uma fórmula para esses casos. Já que eles não poderiam ser queimados em vida o seriam “em estátua”. Uma escultura de madeira representando a figura do transgressor preparada, e, com toda solenidade queimada em ato público como tal fora a própria vítima. E não faltava povo suficiente para encher a praça onde esse espetáculo fosse apresentado.
Das filhas de Branca Dias, interessa-nos Inês, progenitora de muitos cearenses, especialmente os descendentes das famílias Holandas e Linhares de Sobral, Baturité e Cascavel.
Uma moça, Maria de Paiva, filha única do casal Baltazar-Inês, casou com um ilústre varão pernambucano, o Capitão Agostinho de Holanda Vasconcelos, filho, neto e bisneto de barões e condes do Santo Império e ele próprio, dos da “governança” da terra.
Apesar de todas as honrarias de seu marido, de seu pai e do tio Bispo, não escapou Maria de Paiva das malhas do Santo Ofício. Ela era, ninguém esquecia, neta de Branca Dias, a judaizante odiada por quanto olindense se dissesse honrado, bom e temente a Deus; e, pelo fato mesmo, “meia cristã nova” na despótica e escarniante matemática genética inquisitorial.
A 7 de fevereiro de 1594 compareceu à Mesa, perante o Visitador, o lavrador Tomé Dias, enfatizando ser Maria de Paiva neta de Branca. Notara ele, em certas ocasiões em que frequentara a casa da olindense suspeita, que a mesa onde almoçavam ou jantavam nunca havia prato algum de peixes ou mariscos dos proibidos aos marranos. Teve a audácia de indagar o motivo de tal recusa e Maria alegava problemas digestivos. Mas, achava ele que a desculpa era apenas a preocupação de ocultar a prática dos ritos judaicos.
Para se ter uma noção de o quanto chegava o receio de se pensar que um desses fatos chegasse ao conhecimento do Santo Ofício por outras vias apressavam-se aqueles que conviviam com os suspeitos em delatá-los. Tomé era casado com uma sobrinha de Maria de Paiva e comensal frequente de sua casa; e, ai dele se o Visitador recebesse denúncia de tal comportamento da tia por pessoas outras se não os da convivência da cristã nova. E foi muito prudente o sobrinho delator, porque logo mais chegava ao Convento onde “se aposentava” o Visitador, um francês, mercador, hóspede da véspera de Maria que também notara a indiferença de sua anfitriã para um opíparo prato de lampréias...
É interessante rememorar tais fatos e, sobretudo, corrigir as deturpações que tem surgido na história de Branca Dias, aquela infortunada mulher que a incompreensão religiosa do tempo levara a alguns exagerados praticantes da Ordem de São Francisco a representarem-na, em painél em seu convento, com os pés de cabra para significar sua diabolização.
Desde aquele primeiro ensaio de drama ou de tragédia extrapolado de Pernambuco para a Paraíba e completamente extemporâneo em sua versão apresentada na Televisão e no teatro brasileiro, vem se perpetuando uma falsidade histórica que nos interessa por ter como principal protagonista, uma pessoa de quem muitos de nós possuimos parcela de sangue a correr nas veias.
Por Vinícius Barros Leal. Publicado no Jornal O Povo, de Fortaleza, edição de 01/07/1979
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Os marranos durante o domínio holandês
Enquanto o Holandês dominava o Nordeste foi notória a ação dos judeus em Pernambuco e suas Capitanias anexas. Em Recife, sede do Governo, tal foi o número de adeptos da religião israelita que para os atender nas suas devoções, duas Sinagogas foram fundadas e livremente nelas exerciam o culto os diversos rabinos chegados da Europa.
Como era de esperar, bem estabelecidos os batavos, alguns cristãos novos tiraram as máscaras e passaram a frequentar desembaraçadamente os atos rituais praticados nas Congregações judaicas “Zur Israel” e “Magen Abraham”. De 1648 a 1653 houve uma pausa nas vicissitudes e perseguições, revelando-se os cripto-judeus, sem hesitação, fervorosos praticantes da ortodoxia mosaica. No Livro das Atas das duas Congregações do Recife, especialmente a primeira, vêem-se os nomes de muitos daqueles que anos antes da entrada dos holandeses eram dos que negavam decisivamente o sangue judeu a correr-lhes nas veias.
O documento básico e verdadeiro dos acontecimentos desse tempo é exatamente o livro das atas, publicação que a Biblioteca Nacional realizou em seus “Anais”, do manuscrito original existente no Arquivo da Comunidade judaico-portuguesa de Amsterdam. No precioso documento vamos encontrar muitos apelidos ainda correntes nas famílias nordestinas. Numa declaração constante no Livro e assinada por cento e oitenta e tantas pessoas, dentre eles há Pinheiros, Leões, Coelhos, Dias e Frazões. Durante esse tempo de liberdade religiosa voltaram aos pre-nomes bíblicos. Assim, na quase duas centenas de firmadores do registro vinte e dois chamam-se Isaac, vinte e cinco Abraão, dezessete Jacob, vinte e um Moisés, vinte e cinco David, com todas as variantes gráficas desses tradicionais nomes dos da grei israelita. Como sobrenomes, os mais comuns foram Henriques, repetido sete vezes; Mendes, cinco; Cardoso e Álvares, quatro.
Com a derrota dos invasores tudo isto acabou. Alguns fugiram em tempo para as Antilhas e aí ficaram, continuando nas atividades ligadas à indústria açucareira, metier em que eram versados; outros, passaram aos domínios ingleses da América e foram pioneiros na região onde hoje domina Nova Iorque, em gleba comprada e que denominaram Nova Amstedam. Na grande cidade americana ainda são homenageados e os seus túmulos indicados aos visitantes como os dos fundadores na megalópolis.
Os portugueses que se tornaram judeus foram levados pelos correligionários para a Holanda e lá, com a ajuda dos irmãos de crença se estabeleceram, muitos prosperando nos mais diferentes negócios, especialmente naqueles em que são mais inclinados: o comércio e indústria das pedras preciosas, com magnificas oficinas de lapidação. Em Amsterdam existe ainda hoje uma comunidade israelita de descendentes desses indivíduos, com grandes firmas de exportação e do importação, em plena atividade, ostentando nomes portugueses dos seus titulares, apesar dos trezentos e tantos anos já decorridos. Entre eles falam um dialeto eivado de expressões seiscentistas, mas bem compreensível pelos de fala portuguesa.
Como tem acontecido em todos os momentos e lugares onde duas forças antagônicas se encontram, sempre existem judeus em ambos os lados. O fato tem servido até para pilhérias jocosas. O mesmo aconteceu durante o domínio holandês no Brasil. Enquanto temerariamente aderiam aos invasores aqui, outros em Portugal, ajudam a expulsar do Brasil o holandês compreensivo e tolerante, com os parentes e correligionários. Em Lisboa no início do reinado bragantino os marranos se prontificaram a ajudar a Coroa por todos os meios possíveis em troca de certas vantagens. O Santo Ofício estorvou o plano apesar das graças e eloquência do Padre Vieira. No entanto, concorreram para a formação da Companhia Geral do Comércio que tanto fez no bloqueio do Recife e na cobertura das forças que avançavam pelo sertão. Francisco Barreto, Mestre de Campo, cumpriu a artigo 7o das condições estipuladas, que “os portugueses de nação hebreu que permanecessem na cidade saíssem sem ser molestados”. Eram poucos agora, porém, esses mesmos, com os seus cabedais, tiveram permissão para sair ilesos.
Nenhum daqueles que aderiram ao judaismo militante, creio, permaneceu em Pernambuco. A onda entusiástica do nativismo e de vangloria pela tremenda vitória, quase sem a ajuda de fora, não permitiu aceitar qualquer desses indivíduos que passara escandalosamente para o inimígo, e ainda mais, adotando a reliqião repugnada. No entanto, muitos dos seus descendentes e colaterais aí eram moradores e contiruaram a viver no solo nordestino, mantendo o elo que os ligavam aos antigos troncos. E estes são os ascendentes de muitas famílias hodiernas da região.
O Ceará, por ser ainda terra inculta, desconhecida e inóspita, recebeu, pelo fato mesmo, regular contingente de marranos antes, durante e depois do conflito. Para aqui emigraram os perseguidos dos tempos imediatamente posteriores à derrota holandesa. Vieram, com estágio na Paraíba e Rio Grande do Norte. O maior contingente veio quando reacendeu-se a perseguição, nos anos de 1729 a 33. Famílias marranas que viviam quietamente em três engenhos próximos à Capital paraibana foram surpreendidas pela visita inesperada do Santo Ofício, na pessoa de seu Familiar, o Capitão Antônio Borges da Fonseca. Oito casais foram presos e enviados para a Inquisição de Lisboa e talvez jamais tenham voltado, nem os seus filhos readiquirido os bens confiscados. Aterrados, filhos, netos, noras e genros procuraram as nossas plagas onde se fixaram. Já encontrei e dei publicidade na Revista do Instituto o registro de casamento de uma filha do casal mais atingido: Manuel Henriques da Fonseca e sua mulher Joana Rego.
Por Vinícius Barros Leal. Publicado no Jornal O Povo, de Fortaleza, edição de 25/03/1981
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"- Meu padre, eu sou um homem simples e pouco instruído; sirvo a Deus em simplicidade, ignoro essas subtilezas sobre as quais sou interrogado; é-vos fácil fazer-me cair numa armadilha e introduzir-me em erro;
em nome de Deus, não me façais dessas perguntas."
Os Cristãos Novos
Varridos os árabes do solo espanhol, restou a comunidade judaica como único grupo religioso e cultural distinto e divergente da maioria da polulação católica da penínsila ibérica. Todas as outras minorias étnicas formadoras da nação já haviam sido aglutinadas. Os judeus representavam uma excessão.
Argutos e engenhosos sutilmente haviam conquistado uma posição de relevo na sociedade, muitos elevados às mais altas dignidades. O próprio rei servia-se da competência de médicos, legisladores, economistas e astrônomos seguidores da Lei Mosaica.
O povo, movido por extraordinária força de fingida hipocrisia e animados pelos sucessos das batalhas travadas na explulsão do intruso mulçumano, não queria parar com as vitórias já alcançadas. Exigia o aniquilamento dos renegados traidores de Cristo. O rei cedeu à pressão e, através de negociações longamente parlamentadas conseguiu das autoridades romanas os Breves e Rescritos papais de esconjuração dos rejeitados frequentadores das sinagogas.
Os exageiros cometidos em nome da religião do perdão e da solidariedade foram execrandos, refletindo-se até hoje os mais abomináveis atos praticados pela Inquisição espanhola. Custa crer terem acontecidos tantos fatos absolutamente contrários à Justiça e à Caridade, ordenados por indivíduos revestidos de dignidades eclesiásticas e que mais pareciam demônios na preparação de artimanhas para a obtenção de confissões e denúncias oferecidas pelos oprimidos, sem qualquer valor de Direito, pois forçadas e cavilosamente desvirtuadas.
Muitos anos mais tarde Portugal também foi obrigado a aceitar a ação do terrível tribunal em suas terras. D. Manuel, para casar com uma princesa espanhola foi obrigado a consentir na explulsão dos judeus de seu reino como condição contratual. Protelou, no entanto, remanchou, “fez cera” na linguagem popular de hoje. Não lhe agradava a perfídia. Tinha amigos entre os marranos e bem sabia quanto a sua pátria lhes devia em ajudas financeiras nas aperturas, no favorecimento da incipiente indústria, no aprimoramento cultural e, sobretudo, o grande capital de inteligências superiores que representavam, muitos deles dedicados à Matemática, à Astronomia e à Medicina. Estes últimos eram setores basilares da segurança e prosperidade da nação lusa.
O rei português não participava também do ódio ao judeu na mesma intensidade da desafeição de seus súditos para com eles. Estudou uma maneira mais suave de solucionar o grande problema e com muita cautela, ouvindo conselheiros e ministros, colocou os indesejáveis hereges frente a um dilema: o exílio ou o batismo; não havia outra opção. A maior parte preferiu procurar abrigo noutras reinos mais tolerantes. A população judaica de Portugal chegava a um total que representava um terço dos habitantes do país; eram trezentos mil em um milhão.
Há anos que clandestina ou oficialmente cruzavam a fronteira portuguesa ou entravam em seus portos milhares de perseguidos pela Inquisição espanhola. Outros monarcas lusitanos tinham estabelecido taxas para o ingresso cobradas nas passagens fronteiriças para isto destinadas, onde, além do que exigiam os cofres reais, a violência, a cobiça e a desonestidade dos funcionários extorquia a última moeda ou jóia do infeliz acossado. Muitos chegavam na mais extrema miséria e passavem a receber a ajuda oculta dos tesouros secretos dos correligionários solidários. A emigração forçada era contínua dia e noite, as estradas e portos cheios de indivíduos na mais deplorável situação, carregando trastes, arrastando velhos, crianças e doentes na ânsia de encontrar um porto seguro, longe dos celerados perseguidores.
O Rei, apesar de querer demonstrar certa piedade pelos judeus, paradoxalmente tomou outra medida, esta classificada pelo bispo D. Jerônimo de “injusta e iníqua”. Mandou que se obstasse a saída das crianças judias que deveriam ser doutrinadas no catecismo católico.
Eram de esperar as cenas mais dramáticas e pungentes diante de tal desacerto. Famílias que não poderiam permanecer no país, mas obrigadas a uma separação desumana viam seus filhos violentamente arrancados dos braços das próprias mães. Os suicídios foram sem conta; poços encheram-se de cadáveres.
Tanta intolerância repugnava os mais duros corações. Mas a palavra do Rei estava comprometida. Tinha que se fazer assim. Diante de tal situação, não havia outro remédio para os que queriam se safar de tanto sofrimento senão levar os inocentes filhinhos à pia batismal para receberem o sacramento em que não acreditavam. Era a única maneira de salvar-lhe a vida, no entanto. Assim, milhares de judeus tornaram-se cristãos. Os mais esclarecidos religiosos da época entendiam ser o procedimento anti-cristão, cruel e reprovável , mas ninguém tinha coragem de tomar uma posição de defesa, por poder ser interpretada como um ato de desacato ao mais intransigente dos Tribunais, o chamado Santo Ofício.
A vontade do Rei estava totalmente mobilizada para atender às exigências dos pais de sua noiva que em repetidas cartas exigiam esses martírios provocadores de tão tristes lágrimas.
Nascia assim uma nova comunidade de indivíduos, a dos sacrificados judeus obrigados a demonstrar uma crença absolutamente estranha sem qualquer possibilidade de opção. Eram os cristãos novos.
Por Vinícius Barros Leal. Publicado no Jornal O Povo, de Fortaleza, edição de 27/12/1980
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JUDEUS NO CEARÁ – Século XIX
ALCAIM – Josef Alcaim. Comprador de escravos em Sobral, Ceará, em 1860 (Lira, A Escravatura, p. 6)
BENMIARA - Moysés Benmiara. Casado com Rachel Benmiara, pais de Letícia. Nascido em 1866 em Sobral, tendo mais irmãos (Lira, Judeus em Sobral, p. 70).
GRADWOHL - Samuel Gradwohl. (Samuel Ben Mordechai). Do livro Sepulturas de Israelitas II (de Egon e Frieda Wolff, pag 189), escrito o seguinte: “Cemitério São José, Sobral, Ceará” (N. B. Cinco linhas em hebraico cuja tradução se encontra à direita): “Aqui foi enterrado um homem honesto e puro, Samuel Ben Mordechai. Faleceu em 29 de heshvan 5661. Sua alma goza de glória”. Mais embaixo escreveu: Samuel Gradwohl, falecido aos 79 anos, 29-11-1911”. (Informação do Padre João Mendes Lira).
GRADWOHL - Frères Gradwohl. Importadora e exportadora em Fortaleza, à rua Major Facundo, 102 (Al. C. 1895, p. 51; 1898, pp. 97, 99).
LEVY - Benoit Levy. Em 1872 chegou ao Rio, de Bordéus e esc. (DR, 16-1), seguindo para Santos (DR, 11-3). Negociante em Fortaleza em 1873 (Al. CE. 1973, p 119). Depois era sócio de Benoit LEVY & DREYFUS, na mesma cidade (Al. CE. 1900, p 93). Sócio do comitê da Alliance Israélite Universalle de Pernambuco, em 1877, constando como residência a cidade de Aracati (AIU, 1877, p 97). Benoit Levy & Dreyfus, estabelecida em Fortaleza em 1900; sócios BENOIT LEVY e SIMON LEVY (Al. CE. 1900, p. 93).
LEVY - Edmond Levy. Francês, estabelecido no Ceará. De Bordéus e esc. (JC, 8-11-1897). Requerimento no Ministério da Fazenda contra multa imposta na Alfândega do Ceará em 1898 (JC, 15-9). Pediu indenização no valor de 5 caixas de conhaque inutilizados pela mesma Alfândega em 1899 (JC, 22-11). Sócio de J. WEILL & C., Fortaleza, em 1900 (Al. CE 1900, p. 95) e sócio titular de Edmond LEVY e C. (Ibid, p. 94). Duas viagens para o sul (JB, 28-2-1899 e 1-5-1903) e para Manaus e esc. (JC, 29-10-1904).
LEVY - Heyman Levy. Francês, de Havre (DR, 6-8-1858). Em 1867, residindo no Ceará, tornou-se sócio da Alliance Israélite Universelle (Inf. Do Embaixador Zvi Loker) contribuindo, no Rio, com 25 francos (AIU, 1867, p. 75) e, em 1868, no Recife, com 20 francos (Ibid. 1868, p. 81).
LEVY - J. C. Levy. Firma exportadora em Fortaleza (Al. CE 1898, p. 97).
LEVY - Natali Levy. Sócio do Comitê da Alliance Israélite Universelle de Pernambuco, em 1877, constando como endereço Aracati (AIU, 1877, p. 97).
LEVY - Simon Levy. Sócio de Benoit LEVY & DREYFUS, em Fortaleza (Al. CE., 1900, p.93).
LEVY - Levy Frères. “Ao Farol da Bastilha”, estabelecida à rua Formosa, 52, em Fortaleza (Al. FORTALEZA 1895, p. 31; 1898, p 98.
LION - Abraham Lion. Sócio da Alliance Israélite Universelle de Pernambuco residindo em Aracati (AIU, 1878, p.93).
MEYER - Oscar Meyer. Para Ceará (DR, 28-5-1865).
NETTER - Leon Netter. Francês; para Ceará (DR, 6-8-1865); de Bordéus (DR, 20-11-1866); para a Bahia (DR, 24-3-1867); de Buenos Aires por Santos (DR, 26-2-1869); do norte (DR, 2-3-1869); para Rio Grande (DR, 6-6-1869).
NETTER - Max Netter. De Bordéus e esq. (DR, 20-4-1862); para Ceará (DR, 6-8-1865).
WEIL - Jacques Weil (Weyl). Francês; de Havre (DR, 18-1-1855); do norte (DR,20-5-18700. Negociante em Fortaleza (Al. CE. 1873, p. 119).
WEILL - Weill J(acques). Sócio de Jacques WEILL & C., loja de modas em Fortaleza (Al. F., 1895, p. 52) e de J. WEILL & C., a partir de 1896 (Al. CE., p. 101; 1900 p. 95). Jacques Weill & C.) Firma à rua Major Facundo 70, Fortaleza; Sócios: J. WEILL e EDMUND LEVY (Al. CE, 1896. P. 101; 1900, p. 95). O jornal de Sobral, Ceará, “A Cidade”, mencionou, a 21-9-1901, a presença em Sobral de um representante da firma oferecendo jóias de ouro e brilhantes, com exposição na loja de Bruno F. De Albuquerque (Carta do Pe. João Lira no J. I. De 20-7-1981).
WEILL – Samuel Weill. Casado, natural da Alsácia. Sepultado no Cemitério São José, em Sobral, no dia 29-10-1901. Faleceu de congestão na idade de setenta e nove anos. (Pe. João Lira, 1988).
Abreviaturas
Al. CE – Almanaque Ceará
Al. F. – Almanaque Fortaleza
A.I.U. – Alliance Israélite Universelle, Paris
DR – Dário do Rio de Janeiro
JC – Jornal do Commercio, Rio
JB – Jornal do Brasil, Rio

Fontes:
Dicionário Biográfico II – Judeus no Brasil – Século XIX – Egon e Frieda Wolff – 1987
A presença dos Judeus em Sobral e Circunvizinhanças e a Dinamização da Economia Sobralense em Função do Capital Judaico – Padre João Mendes Lira - Rio de Janeiro - 1988
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Terça-feira, 23 de agosto de 2011

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Amor a Aret'z Yisrael

Eu amo Aretz Yisraael. Gostaria de conhecê-la. Talvez, algum dia, possa visitar a terra que mana leite e mel, e palmilhar os caminhos dos neviim, shoftim, melechim, sábios e talmidim israelitas. Yisrael exerce um poder muito grande sobre a minha alma; interiormente, sinto-me um israelita. Por esse motivo, choro as dores do nosso povo e não consigo compreender o diabólico sentimento de anti-semitismo responsável pelo
Holocausto.
Hoje, infelizmente, NÃO poucos pseudo-intelectuais e políticos inescrupulosos tentam amainar os horrores do holocausto, que se constituiu na maior tragédia do povo eleito.
Essa bárbara matança de seis milhões de homens, mulheres e crianças pela Alemanha de Hitler entre outros, durante a Segunda Guerra Mundial, é considerada um mal necessário e uma conseqüência inevitável da luta pela sobrevivência, por alguns pseudo-intelectuais e políticos inescrupulosos.

Yoshiyahu

A INFLUÊNCIA DOS JUDEUS NA HISTÓRIA DA HUMANIDADE

01 – UM POVO GENIAL E ESPERTO

Recentemente, procurando despertar a curiosidade de um amigo para os mistérios das profecias bíblicas, aproximei-me dele e perguntei-lhe:
- Quem é o apresentador de televisão e empresário mais popular do país?
- O Silvio Santos – respondeu meu amigo imediatamente.
- E a mais popular loja de venda de eletrodomésticos e móveis?
- As Casas Bahia.
- E o cineasta mais famoso do mundo? Todos seus filmes são cheios de efeitos especiais e histórias cativantes?
- Steven Spielberg.
- E o homem considerado o maior cientista do mundo?
- Albert Einstein.
- E o mágico mais famoso do mundo, bastante conhecido na década de 90, e que veio, inclusive, ao Brasil?
- David Copperfield – respondeu meu amigo, depois de pensar um pouco. Respirei alguns segundos e continuei:
- E quem é o super-herói mais popular de todos os tempos?
- Com certeza é o Superman.
- Sim. Gerações passam, outras chegam, mas esse herói nunca perde o carisma. Os analistas acham muito esquisito tanta gente gostar de um super-herói que usa um uniforme ridículo, parecendo um papagaio enfeitado. Continuando. Cite outros heróis populares...
- Homem-Aranha, Hulk, Batman, X-Men, Quarteto Fantástico, etc. O que você pretende com essas perguntas?
- Você imagina o que eles têm em comum?
- A fama. Estou certo?
- Não. Há algo mais. Algo que tem deixado os estudiosos perplexos. Todos esses personagens que acabamos de citar são judeus. Por exemplo, o criador das Casas Bahia, Samuel Klein é um judeu que fugiu do Holocausto.
- O que?
- Sim, judeus, descendentes diretos de Yaakov, filho de Isaque, filho de Abraão. Em outras palavras, os irmãos de sangue de Yahushua.
- Incrível! Mas como entram na história o Superman, o Batman, o Homem-Aranha e os outros super-heróis?
- Dois judeus (Jerry Siegel e Joe Suster) criaram o Super-Homem; um judeu, Bob Kane, criou o Batman; Stan Lee, o mais famoso autor do mundo dos quadrinhos também é judeu, e é o criador do Homem-Aranha, Hulk, X-Men, Quarteto Fantástico, Demolidor, etc. E tem mais: O Capitão América (tão conhecido como os outros heróis) foi criado por dois judeus, Joe Simon e Jack Kirby.
- Quer dizer que o Superman é “primo” do Hulk, do Homem-Aranha, etc.? Que coisa esquisita! Qual a explicação para isso? Esses autores judeus são gênios?
- Não, há algo mais por trás. Recentemente a revista VEJA publicou uma reportagem sobre o mistério da genialidade judaica, e citou que, dentre 700 prêmios Nobel, 140 foram dados para os judeus. Como se sabe, o prêmio Nobel é o mais famoso prêmio dado aos cientistas do mundo todo, todos os anos, premiando quem fez alguma descoberta importante nas áreas da medicina, física, química, e ainda na literatura, economia e em prol da paz mundial. Os judeus já ganharam 52 prêmios Nobel em Medicina, 45 em Física e 28 em Química. Considerando que os judeus são apenas 0,2% da população mundial, isso é impressionante.
- Rapaz, eu nunca tinha pensado nisso. E por que é que o mundo odeia tanto os judeus, por que eles são tão discriminados?
- Só há um lugar onde podemos encontrar as respostas: NAS PROFECIAS BÍBLICAS.
- Profecias? O que isso tem a ver?
- Quer aceitemos ou não, a Bíblia diz que um dia os judeus irão governar o mundo, como príncipes, no tempo em que Yahushua Mashiach estiver visivelmente reinando sobre a terra, a partir de Jerusalém. Os judeus, também conhecidos como filhos de Israel, tem sofrido mais do que os outros povos, no decorrer da História. A história de Israel durante quase toda a Era Cristã está recheada de massacres, perseguições e ódio. Basta citar o Holocausto na Segunda Guerra Mundial, quando Hitler ordenou a morte de 6.000.000 (seis milhões) de judeus nas câmaras de gás e campos de concentração.
- E tudo isso foi predito na Bíblia?
- Sim. Eu poderia citar centenas de versículos que contam, com até 3.000 anos de antecedência, toda a história dramática dos judeus. Até agora nenhuma palavra tem deixado de se cumprir.
- E o que as profecias falam sobre o destaque dos judeus na história do mundo?
- Preste atenção – abri a Bíblia e mostrei as mais conhecidas passagens sobre os judeus, as profecias mais claras, que tem se cumprido ao pé da letra.
- Impressionante! – Disse meu amigo, minutos depois – E o que vem pela frente?
Entreguei a ele vários textos, dizendo:
- Leia com cuidado e tire suas conclusões. Depois a gente conversa mais.
Pelo pouco que leu até aqui, o que você acha? Enquanto pesquisava sobre este tema, me surpreendi várias vezes. Deixe-me citar alguns poucos exemplos:
Eu estava lendo uma entrevista com Gary Gasparov, considerado o Rei do Xadrez, e ele mesmo afirmou que, apesar da fama, era discriminado por ser judeu. Estudando a história de Harry Houdini, considerado o Rei dos Mágicos, o homem que inventou a maioria dos truques envolvendo fugas impossíveis, descobri que também era judeu. Kevin Mitnik, considerado o Rei dos Hackers (= espécie de gênios em computador), e, por ter invadido vários sistemas do governo americano e do resto do mundo, passou cinco anos preso. Ele é judeu. Mais recentemente, a revista VEJA fez outra reportagem sobre hackers e mostrou o rosto de um adolescente de 18 anos (Ehud Tenebaum), que foi preso em Israel por ter invadido mais de 200 sistemas de segurança, inclusive, o Pentágono. O título da reportagem era: O REI DOS HACKERS. Ou seja, o título de rei dos Hackers passou de um judeu (Mitnik) para outro judeu (Tenebaum). Coincidências?

Judeus Famosos

Esta categoria reúne alguns judeus brasileiros famosos (nascidos ou radicados no Brasil). Ressalve-se que, deve-se levar em conta que foi utilizado um critério mais amplo: aquelas pessoas de ascendência judaica conhecida, mesmo não sendo através de linhagem matrilinear, também constam na categoria.


ADOLPHO BLOCK
Abraham Medina
Adiel Tank
Adolfo Bloch
Adriana Behar
Ala Szerman
Alberto Dines
Alberto Goldman
Alexandre Herchcovitch
Ana Kutner
Anatol Rosenfeld
André Fischer
André Singer
Anita Leocádia Prestes
Arie Yaari
Arnaldo Cohen
Arnaldo Niskier

BUSSUNDA
Bel Kutner
Ben Abraham
Benjamin Steinbruch
Bernard Rajzman
Berta Loran
Beto Silva
Betty Gofman
Boris Casoy
Boris Fausto
Boris Schnaiderman
Branca Dias
Briolanja Fernandes
Bussunda

CLÁUDIA OHANA
Caco Ciocler
Cacá Rosset
Caio Blinder
Cao Hamburger
Carlos Arthur Nuzman
Carlos Minc
Carlos Scliar
Celso Lafer
César Lattes
Cíntia Moscovich
Clara Macedo
Clarice Lispector
Cláudia Costin
Cláudia Ohana
Cora Rónai

DINA SFAT
Dan Stulbach
Daniel Azulay
Daniel Feffer
Daniel Sabbá
David Feffer
David Samuel Alcolumbre Tobelem
David Zylbersztajn
Débora Bloch
Deborah Colker
Didi Wagner
Dina Sfat
Dorothéa Steinbruch

EVA TODOR
Edmond Safra
Eliana Guttman
Elie Horn
Ellen Jabour
Esther Scliar
Etty Fraser
Eva Blay
Eva Todor
Eva Wilma

FRANS KRAJBERG
Felícia Leirner
Francisco Gotthilf
Frans Krajcberg
Franz Weissmann
Fábio Feldmann

GILBERTO BRAGA
Gabriel Zellmeister
Geminiano Saback
Gerald Thomas Sievers
Germán Efromovich
Gilberto Braga
Gilberto Dimenstein
Girz Aronson
Giselda Leirner
Gregori Warchavchik

HECTOR BABENCO
Hans Stern
Hector Babenco
Henrique da Silveira
Henry Sobel
Horácio Lafer

ITHAMARA KOORAX
Iacov Hillel
Ida (Szafan) Gomes
Isaac Benayon Sabbá
Isaac Karabtchevsky
Isai Leirner
Israel Klabin
Ithamara Koorax
Izrael Szajnbrum

JUCA CHAVES
Jacob Gorender
Jacob Guinsburg
Jacob Pinheiro Goldberg
Jacques Lewkowicz
Jaime Barcelos
Jaime Lerner
Jaime Spitzcovsky
James Strauss
Jaques Wagner
Jayme Tiomno
John Neschling
Jonas Bloch
Jorge Eurico Ribeiro
Jorge Mautner
José de Abreu
José Mindlin
José Roitberg
José Safra
Juca Chaves
Julio Bogoricin
Júlio Fischer
Júlio Lerner

LUCIANO SZAFIR
Lasar Segall
Léo Gandelman
Leon Feffer
Leon Hirszman
Leonardo Ferreira (Jornalista)
Leôncio Basbaum
Liana Friedenbach
Lilia Katri Moritz Schwarcz
Lily Safra
Luciano Huck
Luciano Szafir
Luísa Mell
Luiz Zveiter

MARCELO FROMER
Marcelo Fromer
Marcelo Gleiser
Márcia Goldschmidt
Márcia Peltier
Marcos Plonka
Marcos Wainberg
Mariana Kupfer
Mário Haberfeld
Mário Schenberg
Mário Schoemberger
Maurício Einhorn
Maurício Sherman
Maurício Waldman
Max Feffer
Mayana Zatz
Michael Löwy
Michel Schlesinger
Miriam Mehler
Moacyr Scliar
Moysés Baumstein
Muriel Waldman

NATHALIA TIMBERG
Nathalia Timberg
Nelson Ascher
Nelson Leirner
Nilton Bonder
Noel Nutels

OLGA BENÁRIO PRESTES
Olga Benário Prestes
Otto Maria Carpeaux

PATRÍCIA KOGUT
Patrícia Kogut
Paul Singer
Paulo Rónai

ROBERTO FREJAT
Regina Zilberman
Renata Jesion
Ricardo Rosset
Riva Nimitz
Roberto Burle Marx
Roberto Civita
Roberto Frejat
Roberto Justus
Roberto Medina
Rosana Hermann
Rosane Gofman
Rosely Roth
Rubens Gerchman

SÍLVIO SANTOS
Samuel Benchimol
Samuel Klein
Samuel Wainer
Sandra Annenberg
Sandra Kogut
Serginho Groisman
Sérgio Besserman Vianna (Bussunda)
Sheila Leirner
António José da Silva (Dramaturgo carioca morto pela Inquisição em Lisboa – Leia livro “O Judeu”)
Silvio Santos (Senor Abravanel)
Simon Schwartzman
Simão Azulay
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TERESA RAQUEL
Tarso Genro
Tatiana Belinky
Tereza Raquel
Tony Kanaan

URBANO MEDEIROS
Urbano Medeiros

VLADIMIR HERZOG
Victor Civita
Vladimir Herzog

WALDEMAR LEVY CARDOSO
Waldemar Levy Cardoso
Wálter Feldman

Yehuda Busquila

ZIEMBINSKY
Zbigniew Marian Ziembiński (Ator e diretor polonês/brasileiro)>

Publicado por Leonardo Ferreira as Terça-feira, Setembro 30, 2008

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Uma estrela de David no aeroporto de Teerã

Google Maps Image Sparks International Debate In Iran

Desde o fim de semana, o Estado e os meios de comunicação iranianos estão em turbulência.
Uma estrela de Davi, o símbolo oficial do Estado judeu, decora o teto do aeroporto de Teerã.
Este é o site do Irã Parsin, que fizeram a descoberta através do software Google Eath americano, que oferece uma vista aérea do mundo.
Uma estrela de Davi, de dez metros, encontra-se no telhado da sede da transportadora nacional iraniana, a Iran Air, situada no coração do aeroporto de Teerã Mehrabad.
É este um inimigo jurado do presidente Ahmadinejad?
Não.
A explicação é fato histórico, como foi recordado pelo site iraniano.
A construção da Iran Air foi concebida antes da revolução islâmica de 1979 pelos arquitetos israelenses, quando o xá do Irã estava trabalhando com Israel e não ameaçavam o Estado judeu de destruição.
A estrela de seis pontas, seria atribuição dos arquitetos responsáveis pela construção.
Segundo o jornal israelense The Jerusalem Post, funcionários do governo iraniano já pediram a destruição da estrela.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Segue-se pensando que o “sábado” é o Sétimo dia Perpétuo fielmente guardado na Criação?

Que aconteceria se descobrirmos que o dia dos romanos e o Sábado dos judeus, foi na realidade no princípio, o primeiro dia (DOMINGO!!!) da semana ocidental atual? Vocês manteriam a mesma opinião contra o shabat lunar?

By The RAMYK
Traduzido e Adaptado pelo Achi da BYSW no Brasil
Visto que o calendário judeu é sem dúvida ligado ao calendário Romano-Juliano e o calendário gregoriano, que deve demonstrar que o sábado, o suposto 7º dia, nunca se tem considerado outra coisa que o verdadeiro 7º dia, sábado, seja no Jardim do Eden, ou pelo menos desde o momento quando Moshe-Moisés o recebeu em Shemot-Êxodo 16. Seguramente YHWH deve ter mostrado a Moshe-Moisés, que o 7º dia estaria eternamente seguro, e sempre continuaria em uma ordem de 7 dias, sem mudanças, que mais tarde seria conhecido como o sábado na história. O único problema com isto, é que o calendário romano original, tinha 8 dias na semanas, no 7º e no 8º dia, ou o primeiro dia da semana romana, ele foi chamado de Dia Sábado-Saturno, o dia para fazer compras e comercio (o dia de mercado). Esse sábado foi refeito e reelaborado no 7º dia, começando com o calendário Juliano em 45 aC. O 1º dia da semana, era o Sábado, ele foi o 7º dia da semana universal moderna, antes do domingo, uma cortesia de Roma, não de Israel. É evidente que o Shabat correto, deve ter sido conservado por YHWH em algum lugar, para que ele nos exigisse que o protegêssemos. E ele tem sido guardado fielmente por YHWH mesmo, mas não na terra, mas sim nos céus, como ele prometeu em Gênesis 1:14-17. Aqui é onde a semana no decurso foi originalmente de 7 dias ! A semana de 7 dias escriturísticamente (Bereshit-Gênesis capítulo 1) nunca poderá ser modificado isso, já que é estritamente pelas fases ETERNAS, revelada pela lua (O Shabat semanal se chama um SINAL visível em toda a Escritura), a forma de YHWH ter mostrado a Moshe-Moisés. A idéia de que todos os 7 DÍAS das semanas devem executar-se simultaneamente, encadeados um ao outro, sem ruptura entre as 4 séries de 7, TODOS ESTES E CADA UM DELES VÃO renovando o mês, não é uma maneira HEBREIA, ou um conceito escriturístico, senão uma pura e ANTÍGA forma romana.
No dia de hoje, a menos que façamos algumas perguntas difíceis e sem dúvida, graves, e exija uma "prova" do que nos disseram e como isto nos levou a acreditar, acerca do suposto eterno "Sábado de descanso," seguiremos crendo que a Escritura realmente exija uma cadeia ininterrupta de 7, quando não é assim! Isso foi uma maneira criada pela antiga Roma, não foi YHWH e nem a Toráh que revela isso. A cadeia ininterrupta de 8 dias, foi modificada numa cadeia ininterrupta de 7 dias por Roma! Qualquer pessoa que segue arriscando-se com seu "sabado o protegendo e tenho piedade dele", se baseando nesta loucura do homem, você simplesmente será enganado. Estes são os fatos históricos e a evidência das origens desta mentira. Satanás quer fazer que acreditemos na cadeia ininterrupta de 7dias (semana fixa), com a finalidade de vincular o Shabbat semanal de YHWH a Roma e não a Yahrushalaym-Jerusalem celestial! Todos fomos presos seguramente a esta contagem Romana! Para reiterar o que temos compartilhado nos ensinos anteriores, a utilização desta maneira romana, ou os fatos históricos, somente para confirmar o que a Palavra de YHWH tem a dizer, sobre a determinação dos dias do Shabat escriturístico. Nunca utilizaremos a história para alicerçar as bases do Shabat lunar, igualmente como fazem os defensores do sábado gregoriano, devemos usar somente a história, já que não segue sendo um único versículo solitário, que remotamente se refere ao sábado que é chamado hoje, como o verdadeiro 7º dia, o Shabat, de YHWH. Dias originais romanos contados desde o sábado.
POR FAVOR, VEJA A PROVA ABAIXO NESTE SITE E TIRE SUAS CONCLUSÕES VOCE MESMO!!!!!
Originalmente, os romanos chamaram a semana de dias, depois chamaram por nomes de deuses pagãos, o sábado-Saturno, foi o primeiro dia da semana (primeiro planeta na ordem explicada anteriormente). A semana da criação segundo Bereshit-Gênesis, foi de seis dias, no dia sexto e último da criação, onde Elohim criou o homem. Portanto, o shabat, quando "Elohim, completou os céus e a terra, Ele descansou de seu trabalho, e abençoou e separou o sétimo dia" e é considerado por alguns como o primeiro dia para o homem.
Dia de Sábado
Em primeiro lugar, domingo, Segunda-feira, Terça-feira, quarta-feira, Quinta-feira, Sexta-feira, Sétimo Dia
O calendário está representado aqui pelos meses de Genaro, Februarius e Martius. Isso foi na época dourada do Império Romano, quando o calendário Juliano estava bem estabelecido. Ainda que ele foi substituído pelo calendário original da República Romana, devido a seus muitos problemas, alguns dos grupos obsoletos, seguiram-se mantendo pelo novo calendário, como o dia de votação. Foi criado em um momento, janeiro e fevereiro foram os dois primeiros meses do ano. Cada dia em suas oitos semanas de comercialização, o dia é identificado por uma das letras A a H figurando verticalmente no lado esquerdo da coluna de cada mês. Não só o primeiro dia da semana convertido no 7º, 8º dia da semana, mas também desapareceu no calendário juliano. Assim que o sábado moderno de hoje, é o primeiro dia da semana romana e o "Shabat judeu" vinculados com calendário gregoriano moderno, seria a sexta-feira, fazendo o dia de sexta-feira dos muçulmanos, e de seu líder MOHAMMED como se fosse o CORRETO!!!!! Você se sente bem com isso? É este o momento universal para o FIM DA MENTIRA ISLÁMICA RELATADO em 1 Tesalonicenses 2:11-12? Tanto a corrente judia e o sábados (descanso-sexta-feira) dos muçulmanos, tem sido habilmente sincronizados pelo diabo? A resposta pode ser na realidade uma triste, mas sem redundância! O impensável? Tem o diabo através de suas manobras mais sutis, desde a queda no jardim, dada a marca da besta através de Roma a maioria de cristãos JUDEUS e, na relação com seu tempo de manutenção do programa da luta contra o Messias em Daniel 7:25? Isso seria uma tragédia! Todos necessitamos da misericórdia de YHWH e a paciência com nossa cegueira espiritual! Sabemos que muitos crentes sinceros mudariam, se somente tivessem uma oportunidade de conhecer essa verdade sobre este assunto! Não podemos julgar o coração de ninguém, ou o entendimento, pelo que, sairemos deste complicado assunto pelas mãos de Yahushua. Agora, recorde que o diabo se declarou o senhor dos MOADIM de YHWH (Tehilim-Salmo 104:19), o primeiro momento, da designação eterna do Shabbat semanal visível! Veja Yeshaiyahu-Isaías 14:12-13:
- 12 Como caíste do shamayim, Oh Heilel, filho da manhã-Shachar ben! Como está reduzido na terra, tú que debilitava as nações!
- 13 Tú que dizias em teu lev-coração, subirei ao shamayim-ceus, me levantarei minha kesay-trono por cima das cochavim-estrelas, me sentarei no monte da Congregação-MOADIM (shabat e todas as comemorações!!!), ao lado do norte.
Agora podemos reconsiderar as duas testemunhas da criação a pura verdade, os fielmente conhecidos sol e a lua, que nenhum homem pode mudar ou destruir? Você quer mais provas?
Dos Pre-Cristãos da Europa
Os antigos romanos utilizavam os tradicionalmente com a jornada do ciclo Nundinal de oito, depois da adoção do calendário Juliano, na época de Augusto, a semana de sete dias entrou em uso. Durante um tempo, a semana e o ciclo Nundinal coexistiram, mas no momento da semana que foi adotado oficialmente por Constantino no ano 321 o ciclo Nundinal havia caído em desuso. O Ciclo Nundinal da República romana, como os etruscos, utilizam uma "semana de mercado" de oito dias, marcados como a letra A até H no calendário. O ciclo de mercado se conhece como o "ciclo Nundinal". Dado que a duração do ano não é um múltiplo de 8 dias, a carta para o dia de mercado (conhecido como uma "carta Nundinal ") muda a cada ano. Por exemplo, se a letra para os dias de mercado em alguns anos foi e em um ano era de 355 dias de duração, logo a letra para o próximo ano seria F. O ciclo Nundinal formou um ritmo no dia a dia na vida romana, o dia de mercado foi o dia em que as pessoas do campo que chegavam à cidade, e o dia em que as pessoas da cidade, valiam a pena comprar nos seus oitos dias de compra. Por esta razão, se aprovou uma lei no ano 287 aC (a lex Hortensia) que proibia a celebração de reuniões dos comícios (por exemplo a celebração de eleições), os dias de mercado, mas isso permitiu a realização de ações legais. Na antiga república, uma superstição que surgiu foi a má sorte de começar o ano com um dia de mercado (dizendo, que o dia de mercado fosse cair em 1 de janeiro, com a letra A), os pontífices, que regulavam o calendário, tomaram medidas para evitar isso. Devido o ciclo Nundinal ser absolutamente fixado em 8 dias na República, a informação sobre as datas dos dias de mercado é uma das ferramentas mais importantes que temos para elaborar o equivalente a uma data Juliana Romana no pré-calendário Juliano. No império, o dia de mercado romano foi mudado esporadicamente. Os detalhes disto não são claros, mas uma possível explicação é que seria transferido em um dia, se fosse reduzido no mesmo dia da festa de Regifugium, um evento que pode ocorrer cada ano, e no calendário Juliano da outro salto. Quando isto sucedeu no dia de mercado, se transferia para o dia seguinte, que foi o dia bissexto. Isso significa que o sábado, foi incluído depois de haver sido mudado desde o primeiro dia até o 7º dia em curso, que se moviam em marco do calndário Juliano MODERNO gregoriano, Assim, para acomodar as festas pagãs em anos bissextos. Você acredita que o sábado tem sido fielmente conservados pelos Judeus e pelo mundo, por Eva, ou inclusive Moisés, onde supostamente eles sabiam tudo sobre o shabat como o dia certo eternamente conservado? Inclusive se eles estão equivocados em relação ao cálculo do shabat lunar, na qual não estão e também nós não estamos, eu não diria que YHWH deixou de olhar para o céu, em relação a minhas respostas aos sinais, logo em haver falhado na absurda confiança de calendários artificiais, sem perguntar sequer a algumas sérias dúvidas, especialmente uma tão odiosamente pagã baseada e honrada. Há muito desejo de encontrar e agradar a YHWH? O suficiente para retirar seus pontos de vista anteriormente nas mãos dos homens? Seja sincero com voce mesmo, por favor! O ciclo Nundinal foi enxertado pelos sete dias da semana moderna, que começou a utilizar-se na Itália durante o período imperial muito cedo, depois de que o calendário Juliano havia entrado em vigor. O sistema das letras Nundinais também foi adaptado para a semana, é só você conferir na carta dominical. Durante um tempo, a semana e o ciclo Nundinal coexistiram, mas no momento da semana foi adotado oficialmente por Constantino no ano 321 (a Kirch-Igreja) o ciclo Nundinal havia caído em desuso.
A conversão das datas do calendário Pré-Juliano
O fato de ser utilizado os nomes do mesmo mês que os romanos nos animam a assumir que a data romana se originou no calendário Juliano igualmente como existe na atualidade. Esta suposição não é correta. Incluído os princípios das datas do calendário Juliano antes de que o ciclo dos anos bissextos se estabilizassem, isso não é o que parecem ser. Por exemplo, é conhecido que Julio César foi assassinado nos idus de março, em 44 aC, e isto habitualmente é mudado a 15 de março de 44 a.C. Enquanto ele foi de fato assassinado no dia 15 do mês romano Martius, a data equivalente no calendário Juliano, moderno é, provavelmente, 14 de março 44 aC. Encontrar o equivalente exato no calendário Juliano pré-datado, pode ser muito difícil. Isto significa que os dias do primeiro dia da semana romana, o original sábado, se movia quando a transição se realizou a partir de 8 dias da semana do mercado, ao Juliano de 7 dias na semana Gregoriana! Ainda queres observar este sábado sem estudar esta questão a sério? Já que temos uma lista praticamente completa dos cônsules romanos, não é difícil encontrar o ano Juliano, que geralmente corresponde a um ano anterior ao Juliano. No entanto, nossas fontes dizem-nos muito pouco, as vezes que os anos foram regulares, que foram intercalados, e porquanto tempo foi o ano intercalado. No entanto, sabemos que o pré-calendário Juliano, poderia ser bastante desalinhado com o calendário Juliano. Dois sincronismos astronômicos precisos, demonstram que Tito Livio no 168 a.C. os dois calendários se desalinhavam por mais de 2 meses, e em 190 a.C, foram quatro meses fora do alinhamento. É esta a maneira que voce busca a verdade de YHWH para descobrir e para garantir a observância do verdadeiro Shabat? Temos outras pistas que nos ajudam a reconstruir o equivalente do Juliano é anterior a Juliano. Em primeiro lugar, sabemos que a data Juliana precisa para o início do calendário juliano (ainda que há incertezas, inclusive nisso), temos fontes detalhadas na década anterior ou algo assim, sobretudo nas letras e os discursos de Cícero. A combinação destes, com o que sabemos a respeito, de como o calendário de trabalho, especialmente o ciclo Nundinal, se pode converter com precisão as datas romanas, após 58 a.C, em relação ao início do calendário Juliano.
Mas no dia romano-antes das datas 58 a.C. ele foi mudado. É por isso que Yahushua NUNCA seguiu a semana do 8 dias de acordo com o calendário romano, nem a substituição de 7 dias que se iniciou uns 40 anos antes de seu nascimento. Após tudo, era o mesmo que foi mostrado ao antigo Israel, sobre as fases lunares que se produzem a cada 7 dias que se seguiam. Os dados para realizar reconstruções disto, o número de anos antes dos 45, antes do messias pelo qual podemos converter na data pré-romano Juliano para as datas do Juliano com certeza é muito pequena. A probabilidade de que o Shabat moderno, do sábado, é o verdadeiro Shabat é tão pequena, que não há matemático no mundo, que daria mais que uma possibilidade de 14% para isto ser verdadeiro. E acrescentamos que Satanás, o que segundo Yeshaiyahu-Isaías 14 é o encarregado dos dias e as estações do homem neste tempo, a probabilidade espiritual verdadeira é de 0%, como Satanás se ocupa e de que ele se obstrui aos Shabbats da verdade e as moadim-comemorações pelo paganismo e a religião, esta é uma combinação mortal de fato.
Reflexão final
Quase todos os que possuem a Torá e a maioria dos que lêem este artigo, têm observado e acham que Satanás tem mudado as moedim-comemorações para as festas pagãs. O Pesach converteu-se na Páscua, e assim sucessivamente. Estas mudanças foram juntadas através do sistema romano. Alguém que tenha uma mente sã, jamais Dirá ou pensará:
- Ahhh, na realidade eu acho que o diabo é muito carinhoso e ele se submeteu a YHWH, e que não ia utilizar de alguma maneira o sistema romano, mesmo não deformando o PRIMEIRO e eterno moad, chamado, Shabat semanal, enquanto a destruição dos demais anos? Crê você que s.a.tã tem deixado intacto o Shabbat??
-Não amigo! Temos que ser mais sábio em relação a estas coisas. Foram corrompidos todos os MOADIM eternos, YHWH nomeou muitas vezes e agora é o momento adequado para ele expor, independentemente do mundo religioso. YHWH vai ter como responsáveis, os que ignoraram estes fatos, escondendo a cabeça na areia proverbial (filósofos do bla..bla..bla..), Mas o contrário, temos que ter nossa vida em conformidade e harmonia com as Escrituras, que não pode ser quebrantada. Yahoshua-Josué 24:15:
- Escolha hoje a quem vais servir! Quanto a mim e minha casa, você ainda pergunta?
- Nós servirermos a Abba Yahueh!!!!!.
Para começar ou continuar seus estudos sobre o Shabat bíblico, vá a:

Existe um 13º mês indicado nas Escrituras?

3-10-5992 - Escrito por Eliyahu Moshe
http://www.yhrim.com/
Precisamos olhar para cima no Mt. Sinai ao Elohim de Israel, YHWH é um fogo devorador, e por Sua Ruach/Espírito, Ele nos ensina que há um 13º mês demonstrado nas Escrituras. Vamos olhar para ALGUNS FUNDAMENTOS PRIMEIRO Em Beresheet-Gênesis 1:14, YHWH tem duas testemunhas no céu, o sol e a lua, este é um calendário lunar e solar, onde hoje existe dias de 29/30 por mês. A órbita da lua em torno da Terra demora 29 dias 12 horas e 44 minutos por mês, ou 29,5 dias. É um calendário solar lunar e contém 354 dias por ano, e aproximadamente a cada três anos, temos de adicionar um mês de 30 dias, fazendo um ano de 384 dias, a fim de permanecer na primavera e nos períodos de crescimento. O calendário romano (solar apenas) tem 365 dias por ano, no calendário romano é 11 dias mais de que um calendário solar/lunar. Nos dias de Noach-Noé existia todos os meses 30 dias. A água começou a inundar a terra no dia 17, dois meses Gen.7:11 começou a diminuir depois de 150 dias no mês 7, Beresheet-Gênesis 8:3-4 17 dias após 5 meses. 150 dias dividido por 5 = 30 dias. Portanto, em cada mês nos dias de Noé havia 30 dias. Nota: YHWH moveu para trás a sombra no relógio de sol de 10 graus, portanto, mudou o mês de 30 dias a cada mês, no dia Hez-e-ki-ah, a 29 e 30 dias de cada mês, e a partir de então, existe até os dias de hoje. Yeshayahu-Isaías 38:1-9 / 2 Reis 20:1-21 / 2 Crônicas 32:24-33. Agora, nosso assunto é que se existe um 13 º mês que pode ser comprovado nas Escritura? Sim, existe! Vamos dar uma olhada no livro inspirado do profeta Yechezkel-Ezequiel:
1. Yechezkel-Ezequiel 1:1-2 afirma que YHWH falou com ele no 4 º mês, no dia 5 do mês, no quinto ano do rei Yehoiachim.
2. Yechezkel-Ezequiel 3:16 "E aconteceu que, ao final de sete dias a palavra de YHWH veio a mim, dizendo: ..." Isto é, quando o tempo começa pela soma nos 7 dias que temos o 4º mês e o 12º dia, quando foram os 430 dias para começar o verso seguinte.
3. Yechezkel-Ezequiel 4:1-11 Yahueh o instruiu a colocar ao seu lado, então 390 dias para colocar ao lado de outros 40 dias. Um total de 430 dias.
4. Yechezkel-Ezequiel 8:1, ele está em sua casa no dia 5 do mês 6 do 6º ano, 1 ano e 1 mês e 23 dias depois, Yechezkel-Ezequiel está sentado diante dos anciãos no dia 5 do mês 6 do 6º ano. Agora vamos contar 12º dia do 4º mês do ano 5. para o dia 5 do mês 6 do 6 º ano são exatamente 13 meses e 23 dias ou 1 ano e 1 mês 23 dias.
Vamos contar e comparar agora pelo calendário pagão Romano Gregoriano, em seguida, primeiro, vamos utilizar o calendário lunar-Solar. É possível que Yechezkel-Ezequiel tenha cumprido 430 dias em um calendário romano, que tem 365 dias em um ano + 30 dias e 23 dias, sendo o 6º mês, já foi em sua casa, diante dos anciãos no quinto dia do mês 6 do 6º ano? Vamos contar os dias primeiro pelo calendário romano. Vamos adicionar estes 365 + 30 = 23 dias 418 dias total, o que seria de curta duração, pelo menos, 12 dias dos 430 dias. O calendário romano não vai funcionar. Agora, para ver se o calendário lunar-solar vai trabalhar com um 13º mês adicionado a cada três anos, neste período 430 dias. Um calendário lunar-solar tem 354 dias em um ano + este ano teve um 13º mês, na qual então adicionamos + 30 dias = 384, assim que este ano tinha 384 dias no ano. Agora este é o dia 5 do mês 6 do 6º ano, por isso adicione o 384 + 30 dias 23 dias = 437 ou 436, se um dos meses extra só tem 29 dias na mesma. Podemos ver que Yechezkel-Ezequiel poderia ter cumprido os 430 dias que YHWH ordenou dele, e estava sentado diante dos anciãos em Yechezkel-Ezequiel 8:1, com 6 ou 7 dias extras. Isso mostra que no ano anterior teve um 13º mês em que em Yechezkel-Ezequiel, esta é a de um calendário de 13 meses revelado nas Escritura. Eu acredito que há muito mais exemplos sobre esse assunto eu rezo para YHWH acrescentar aos nossos corações o entendimento de que precisamos. Eu ainda estou tentando entender sobre o tempo que levou para preparar toda a sua comida e a água, além de seu próprio banho e quando ele lavou as roupas.
A razão é tão vital para mostrar uma lua de 13 meses nas Escrituras é que:
Contesta a alegação de que os povos antigos judeus usaram o "calendário solar" só promovido hoje por alguns messiânicos. Isso mostra que Yechezkel-Ezequiel um kohen, sabia que uma lua 13 meses teve que ser intercalada a cada três anos ou assim. Isso prova que ele não usou um "calendário solar" apenas como previsto no confiável "Livro de Enoque, que continua a viagem até a muitos buscadores da verdade."
- Ele também mostra que a antiga seita de Qumran, que também usou o calendário "solar só" calendário do Jubileu, não seguindo os caminhos da maioria dos judeus dos dias do Messias. Isso mostra que uma das principais razões da divisão e a criação da comunidade de Qumran, é que os judeus dos dias de Yahushua usou o calendário LUNAR-SOLAR, não só durante o ano, mas para a semanas dos Shabbats do 7º dia. O link abaixo afirma que entre as coisas que se opunham à era o 7º dia do Shabat SEMANAL ser determinada pela Lua, era uma prática comum de dias de Yahushua. Então, primeiro ler e estude este artigo em PDF e vá para a prova em jubileus:
http://yourarmstoisrael.org/Articles_new/shabbat/Proof%20in%20Jubilees%20Master.pdf
SINAGOGA Yahshua B'NAI do condado de Montgomery, Indiana Crawfordsville
Eliyahu Moshe (Sr. Warren)

A CONTAGEM DO TEMPO ANTES DO DILÚVIO

A CONTAGEM DO TEMPO ANTES DO DILÚVIO


Diante disso, a grande pergunta é: como eram contados os dias, os meses e os anos, na época de Noach? Os meses eram de 29 ou 30 dias? Ou será que havia meses de 29 e meses de 30 dias? Não tenha pressa em responder. Deixe que a própria Escritura responda.
No livro de Bereshit, encontra-se um importante relato sobre o Calendário de YAHWAH. Em Gên. 1:14, o Criador declarou: “... Haja luzeiros no firmamento dos céus, para fazerem separação entre o dia e a noite; e sejam eles para sinais, para estações, para dias e anos”. – (ARA).
Foi a partir desse conhecimento (em relação aos luminares), que as pessoas passaram a contar o tempo. Por isso, aqui, serão estudadas as primeiras referências que a Escritura registra sobre os meses.
No Texto Sagrado diz: “Era Noach da idade de quinhentos anos e gerou a Shem, Cam e Yafét”. (Gên. 5:32 - ARA). No capítulo seguinte declara que o patriarca Noach estava com 600 anos, na época do dilúvio. (Gên 7:6). Neste mesmo capítulo foi dito que as águas do dilúvio começaram a cair no dia 17, do segundo mês, do ano 600 da vida dele. (v. 11). O dilúvio, em si, teve uma duração de 40 dias e 40 noites (Gen. 7:4, 12 e 17). Contudo, as águas prevaleceram sobre a terra por mais de um ano.
Analisando os capítulos 7 e oito de Bereshit temos:
7:1-4 – Noach, sua família e os animais passam 07 (sete) dias dentro da arca. Eles entraram na arca, no dia 10 do segundo mês (cf. versos 7 e 11).
7:11 – número de dias: 17; - número do mês: segundo; - ano: 600 da vida de Noach.
7:24 – número de dias: - 150; - número do mês: - sétimo mês; número do ano: 600 da vida de Noach. (150, dividido por 30 é igual a 05 – 05 meses; então, desde o primeiro dia em que começou a cair água, até o primeiro dia em que ela começou a minguar, tem-se um período que corresponde a 5 meses. Portanto, do segundo mês de 30 dias, mais cinco, chega-se ao sétimo mês).
8:3 – número de dias: 150 (depois de cinco meses, as águas começaram a minguar); - número do mês: sétimo mês; - ano: 600 da vida de Noach.
8:4 – número de dias: 17; - número do mês: sétimo; - numero do ano: 600 da vida de Noach. Portanto, por esse verso, comparando-o com o verso 11 do capítulo anterior, confirma-se que os meses são numerados e que cada mês tinha uma duração de 30 dias.
8:5 - número de dias: 01; - número do mês: décimo; - numero do ano: 600 da vida de Noach. Até aqui, percebe-se que o Calendário dos antediluvianos, tinha pelo menos 10 (dez) meses de trinta dias.
8:6 – número de dias: (40 dias) equivale ao dia 11; - número do mês: décimo primeiro; - numero do ano: 600 da vida de Noach. Ao se acrescentar, 40 dias, ao dia 01 do décimo mês, chega-se ao dia 11 (onze) do décimo primeiro mês (01d do m10 + 30d = 01d do m11; e 01d do m11 + 10d do m11 = 11d do m11).
8:7-12 – Nesse período que corresponde aos versos citados, foram apresentados quatro detalhes importantes.
Primeiro: Noach soltou um corvo (verso 7) que ia (fora da arca) e voltava (para dentro da arca) “até que se secaram as águas de sobre a terra”.
Segundo: Depois de algum tempo que Noach havia soltado o corvo, e soltou uma pomba (versos 8 e 9) que foi e voltou. A pergunta é: quanto tempo durou esses movimentos do corvo, antes que Noach soltasse pela primeira vez a pomba? 07 (sete) dias? 14 (quatorze) dias? (verso 10).
Terceiro: Passados 07 (sete) dias, ele soltou de novo a pomba, fora da arca (verso 10); mas à tarde ela retornou para arca.
Quarto: Noach, passados mais 07 (sete) dias, soltou a pomba, pela última vez (verso 12). Ela não mais voltou para arca.
Diante desses quatro detalhes, versos 7-12, percebe-se que Noach costumava soltar as aves (o corvo e a pomba) com um intervalo de 07 (sete) dias, entre uma saída e outra. Por isso, tem-se, no mínimo, 21 (vinte e um) dias. Então, ao ser acrescentado 21d a 11d do m11, chega-se, no mínimo, ao dia 02 do mês décimo segundo.
8:13 – número de dias: 01; número do mês: primeiro; número do ano: 601 da vida de Noach. “... As águas se secaram de sobre a terra. Então, Noach removeu a cobertura da arca e olhou, e eis que o solo estava enxuto” –(ARA). O evento narrado neste verso, só pode ter ocorrido após o décimo segundo mês. Porque, em relação ao verso 9, é dito que a pomba voltou porque não achou lugar para pousar os pés.
8:14: número de dias: 27; número do mês: segundo; número do ano: 601 da vida de Noach. As águas do dilúvio secaram. Aqui foi dito: “... A terra estava seca”.
8:15-16: Elohym fala para Noach sair da arca com sua família e os animais. O tempo total que eles passaram dentro da arca foi de 01 ano e 17 dias. (cf. Gen. 7:1-4).
Pelo que se percebe, as pessoas que viveram antes do dilúvio, tinham um Calendário de 12 meses, e meses de 30 dias. Contudo, no Sidur, como foi citado anteriormente, está registrado que o Calendário atual, dos rabinos, tem 06 (seis) meses de 29 (vinte e nove) dias e seis (seis) meses de 30 (trinta). O que dá um total de 354 (trezentos e cinqüenta e quatro) dias.
As respostas às perguntas feitas no parágrafo introdutório a este tópico, são: os dias eram contados por meio do luminar maior: de pôr do sol a pôr do sol (Lev. 23:32). Os meses: pelo Sol (dias) e pelo ciclo da Lua Nova (fixando o início de cada mês e pela duração do ciclo lunar). Esta maneira de contar, foi o Criador quem estabeleceu no passado e perdurará pela eternidade. (Salmos 104:4; Isaías 66:23 e Apoc. 22:2). Os dois grandes luminares, juntamente com as estrelas, estão estabelecidos com leis fixas. (Salmos 148:3-6; Jer. 31:35-36). E a duração de cada mês, pelo menos na época do dilúvio, era de 30 (trinta) dias. Conseqüentemente, o ano tinha 360 dias, e, portanto, 12 meses de 30 (trinta) dias.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Os “Marranos” de Campina Grande: Uma experiência inesquecível

Anita Waingort Novinsky
Laboratório de Estudos sobre a Intolerância Universidade de São Paulo

Opiniões diversas têm circulado sobre um fenômeno antropológico vivido hoje no Brasil pelos “bnei hanussim”, (filhos de conversos), cristãos-novos, marranos. Descendentes de judeus convertidos à força ao catolicismo em Portugal, em 1497, cristãos novos fugiram ou foram desterrados para o Brasil, aqui fazendo parte íntima da formação étnica do povo brasileiro. Confusões numerosas têm surgido em torno da questão desses descendentes de judeus convertidos (marranos, cristãos-novos, anussim) que já vivem no Brasil há 200, 300, 500 anos. No começo do século XX, foram descobertas diversas regiões em Portugal, principalmente nas Beiras (Belmonte) e em Trás os Montes, que mantinham secretamente, a consciência de sua origem judaica, praticando alguns costumes e rituais herdados de antepassados. No ano de 1965, tive oportunidade, guiada por um incansável pesquisador da história marrana, Amílcar Paulo, de conhecer a distante vila de Belmonte e descrevi, em um artigo, minha extraordinária experiência vivida junto ao pequeno grupo marrano (Revista Commentary, New York, maio, 1967, sob o título “The Last Marranos”).

Minha visita rapidamente se divulgou em Israel e nos Estados Unidos e jornalistas e cineastas passaram a explorar o assunto que, rapidamente se ampliou, tornando Belmonte um ponto de atração turística, principalmente de judeus.

A existência de um fenômeno semelhante no Brasil não era conhecida. Pesquisas recentes sobre a Inquisição no Brasil revelaram uma realidade surpreendente no nosso país. Após a publicação de trabalhos sobre a Inquisição e os cristãos-novos, famílias inteiras passaram a reconhecer-se como judias. O interesse em retornar às suas origens se ampliou de tal maneira, que hoje encontramos em todas as regiões do Brasil indivíduos e famílias que se consideram descendentes de marranos do passado colonial. Alguns desses cristãos-novos que “retornaram” à religião judaica foram para Israel, onde se reconverteram oficialmente, integrando-se na ortodoxia judaica. Tive oportunidade de conhecer alguns na Universidade Hebraica de Jerusalém, outros nas Yeshivoth, onde vivem hoje plenamente como judeus.

Desde o Amazonas até o rio Grande do Sul existem brasileiros que se consideram descendentes de cristãos-novos portugueses, ou porque seu nome é Carvalho, Pereira ou Oliveira, ou porque seu pai não lhes permitia ir à Igreja, ou porque nunca haviam sido batizados. É interessante que encontrei no Nordeste famílias brasileiras que nunca souberam que seus hábitos e costumes cotidianos eram judaicos.

Como todas as minhas pesquisas e livros publicados tratam da Inquisição portuguesa e dos cristãos-novos, recebo continuamente cartas de brasileiros pedindo-me que os ajude a encontrar suas raízes. Hoje temos trabalhos que comprovam ter o Brasil recebido a maior imigração de cristãos-novos do mundo, o que faz o fenômeno marrano brasileiro atual não surpreender tanto.

São curiosas as confusões que têm surgido ultimamente em torno desse fenômeno. Seitas diversas como “Jews for Jesus”, “Messiânicos” e Evangelistas se identificam, no Brasil e nos Estados Unidos, com o Judaísmo, apesar de existir uma distância enorme que os separa. Procurei já explicar a alguns indivíduos que se chamam “bnei-Hanussim”, que a idéia de Jesus, filho de Deus ou Messias, jamais se poderá conciliar com o monoteísmo judaico.

Existem seitas que estão se proliferando por todo o mundo, mas que nada tem a ver com aqueles brasileiros que conheci recentemente em Campina Grande, na Paraíba, e sobre os quais vou fazer um breve relato.

Participei recentemente, como conferencista convidada, em um evento, organizado por um grupo que se denomina “Amigos da Torá”, inserido num evento maior, chamado Nova Consciência, que reúne todos os anos, em Campina Grande, centenas de indivíduos pertencentes a religiões, seitas e raças diferentes, desde a umbanda, tarot, espíritas, católicos, evangélicos.

Fui acolhida calorosamente por Davi Meneses e por todo grupo dos “bnei-Hanussim”, constituído de uma centena de pessoas. Há quatro anos que esse grupo se reúne em Campina Grande. Tive a oportunidade de encontrar entre os “Amigos da Tora” uma mulher de excepcional talento, uma judia fervorosa, Lourdes Ramalho, historiadora, escritora, teatróloga e famosa também pela sua cozinha de quitutes marranos do sertão. Sua casa, carregada de retratos, imagens, símbolos judaicos, uma típica casa nordestina, e seu fervor como judia, me emocionaram até as lágrimas.

Na sala coberta de azulejos foi servido o almoço, com pratos que eu nunca havia saboreado, mas que todos diziam, serem pratos típicos judaicos, ainda dos tempos coloniais. Reunidos em torno de uma longa mesa, a maioria cristãos novos, a conversa girava sempre em torno da história judaica. Arroz de leite, queijo de manteiga, carne seca, paçoca de carne e ainda a goiabada mole com requeijão quente, tudo feito pelas mãos de Lourdes Ramalho. Na casa de Lourdes, conheci, surpresa, diversos marranos de Campina Grande.

Gente culta, letrada, escritores, historiadores, poetas, políticos. As histórias de cada um era um romance. E, como escreveu minha filha Ilana, que me acompanhou, “entre mundos europeu e americano, português e brasileiro, católico e judeu, tornam-se todos poetas, sensíveis ao humano e à experiência melancólica e saudosa de algo que parece longínquo e perdido na memória”. Também o famoso filósofo francês Jacques Derrida escreveu, referindo-se aos marranos, “é um tempo que teima em não passar...”.

Ouvi estórias, as mais incríveis, que mostram uma ânsia de retornar e uma vontade de conhecer mais sobre suas origens remotas e desvendar mais sobre seu passado.

Davi Meneses, o “rosh”, “cabeça” e fundador do grupo “Amigos da Torá”, contou sobre sua paixão em retornar ao seio do povo judeu, acrescentando que recebe de braços abertos todos os que vêm a ele e que querem “novamente” ser judeus.

Sábado de manhã, fui assistir à celebração do “shabat”. Em uma pequena sala foi improvisada uma sinagoga. Um armário guardava uma pequenina Torá, muito simples, sem adornos. Um jovem cantava, acompanhado de uma guitarra e um violão. Com uma voz potente e melodiosa, encheu o salão de emoção e entusiasmo. Foi uma verdadeira doação. A sinagoga estava lotada de brasileiros, de cabeça chata, pele queimada do sol, que acompanhavam o canto. No final, se levantaram e em coro, ouvi todos cantarem em hebraico o hino nacional de Israel, “Hatikvah”. Pensei entrar no mistério que envolve toda nossa história.

Quando me pediram para falar, pude apenas proferir esta frase: “Vocês são o testemunho vivo da imortalidade de Israel”.

Um garoto, filho de Davi Meneses, retirou do armário a pequena e pobrezinha Torá e leu as escrituras em hebraico, cantando e cumprindo o ritual do shabat. Todos acompanhavam comovidos e compenetrados. Foi um shabat tipicamente brasileiro, mas marrano, naquela sala improvisada, com uma mezuzá na porta, que cada adulto e criança beijava ao entrar, foi um shabat em pleno sertão da Paraíba, onde centenas de pessoas ansiosas buscavam saber quem eram, encontrando nessa busca um novo sentido para a vida.

Alguns do grupo já haviam sido circuncidados, cobriam a cabeça com o solidéu bordado ou de cor preta.

Todos estudam, rezam e comemoram as festas judaicas.

Davi Meneses morava na casa, onde hoje funciona a sinagoga, mas resolveu transformá-la em uma escola, onde crianças lêem as Escrituras e estudam o idioma hebraico, com um mestre, também “retornado”, que veio de Alagoas. No terreno ao lado da casa, estão construindo a futura sinagoga. Uma mulher me disse que ela faz uma geléia caseira, e cada três potes que vende, entrega o dinheiro para a compra de cimento para a nova sinagoga.

Durante o evento, em diversos dias, vi a sala repleta de nordestinos cristãos-novos, atentos às conferências, sedentos de conhecer sua história peregrina, as violências, o medo, e penetrar no segredo de seu passado.

Perguntas e mais perguntas choviam sobre mim e continuam a me chegar quase diariamente.

Nem sempre posso responder, nem sempre sei o que responder, mas uma coisa é certa: fiz duas descobertas na minha trajetória intelectual, e nas duas descobri um “outro” Brasil, subterrâneo e velado. Na Primeira, nas minhas pesquisas e nos meus estudos, registrei os nomes de descendentes de judeus que ajudaram a construir o Brasil. Sabemos hoje que cristãos-novos foram os primeiros escritores, poetas, médicos, comerciantes, agricultores, políticos e artesãos na sociedade colonial. Na Segunda, presenciando a revivescência, após cinco séculos de vida clandestina, de uma chama ardente que o tempo não consumiu.

Encontrei um “outro” Brasil que palpita hoje nas franjas da sociedade brasileira, cuja história ainda tem de ser desvendado por aqueles que a vivem, e escrita pelos antropólogos e historiadores que a ouvirem.

Esses brasileiros que emergem hoje no nordeste, e principalmente em Campina Grande passam para seus filhos, netos e bisnetos, de geração para geração, uma curiosa história. Fiquei surpresa em ver a ansiedade com que cada um queria contar-me essa história. Lourdes Ramalho, Severino Barbosa da Silva Filho, Zilma Ferreira Pinto, herdeiros dos heróicos marranos dos tempos coloniais, registraram suas memórias em belos livros, que foram publicados no Nordeste, em reduzidas edições, das quais só recentemente tomei conhecimento.

Campina Grande é uma cidade de aproximadamente 400 mil pessoas e tem sete universidades.

Impressionante ouvir aqueles jovens recitarem seus versos, e depois mos oferecerem por escrito. O grupo “Amigos da Tora” constitui uma verdadeira “comunidade de destino”, sabem que sempre foram discriminados, e carregam um judaísmo recentemente descoberto, mas vivo, e cheio de sentido. Obedecem aos rituais e aos preceitos que ainda lembram, com um forte sentimento de “pertencer”. O que importa mesmo é saber “quem são”, de “onde vieram”, pois sua verdadeira origem e nome se perderam nas brumas do tempo. O que lhes ficou foi a crença num único Deus, criador do Universo, uma única Lei, alguns costumes e uma história comum.

Fisicamente, impressionam. Alguns devem descender de holandeses, são loiros de olhos azuis, e vivem no Cariri. Um rapaz se achegou a mim e me disse: “sou judeu”. E começou a recitar versos de grande beleza e sensibilidade. Vive no longínquo sertão de Boa Vista Santa Rosa, uma vila que visitei um dia, que tem poucas ruas e uma única igreja, e onde, uma mulher me olhou com horror quando lhe perguntei se comia carne de porco. “Meu pai mataria a gente se a gente comia essa carne!”.

O grupo que conheci em Campina Grande é constituído de brasileiros natos há muitas gerações e que eu considero judeus. Alguns me contaram que passaram primeiro pelo evangelismo, outros pelo messianismo, confusos sempre em busca da sua religião antiga, que pouco conheciam. Hoje, se encontraram no judaísmo e têm um líder que lhes ensina a Torá, a língua hebraica e também a história que os trouxe, há cinco séculos, para o Brasil.

Polêmicas e mais polêmicas têm surgido em torno desses brasileiros cristãos-novos que hoje se chamam de judeus. Críticas partem de vários setores do judaísmo, protestos de rabinos, dúvidas dos próprios judeus, que negam a esses brasileiros a liberdade de escolherem o que querem ser.

Milhares de vidas judaicas se perderam através dos tempos em guerras, massacres, assimilação. Somos poucos. Laicos, religiosos ou ateus, mas judeus. No entanto, é preciso ainda convencer a muita gente, que ser judeu não é apenas ser religioso. Judaísmo é mais do que uma religião, é toda uma civilização e principalmente, um estado de alma.

E eu quero deixar uma mensagem, apenas em meu nome, que não vai agradar a muitos: Venham a nós, que pertencemos ao povo judeu, todos aqueles que quiserem ser judeus, laicos, religiosos ou “Amigos da Torà”, mas que querem amar Israel e identificar-se com sua luta. Venham a nós todos aqueles que quiserem trabalhar conosco por um Israel livre e uma pátria segura para os judeus.

Obs. de jb.1- Anussim, em hebraico é forçados(a se converterem ao catolicismo , fato que aconteceu principalmente na Inquisição).

Dat2- Marranos, denominação duplamente pejorativa utilizada pelos cristãos-velhos (sem antecedentes sanguíneos de judeu)[???] primeiro que se acredita ser sinônimo de porco no sentido de sujo, nojento, etc. e segundo porque os judeus não devem comer carne de porco por preceito religioso.